Em um antigo galpão no bairro de Pinheiros, na zona oeste da capital paulista, araras e caixas de madeira de diferentes tamanhos exibem peças de roupa, calçados, brinquedos e peças de enxoval – tudo voltado para bebês e crianças. Esse acervo de produtos infantis de mais de 80 diferentes produtores e marcas compõe o catálogo da Achadinhos, loja colaborativa com foco no público infantil, inaugurada em novembro de 2016 pelas paulistanas Cinthia Yamazaki, 33 anos, e Aline Vilhena, 38.
As sócias se conheceram durante um feira de varejo em 2011: Cinthia, formada em Turismo, participava da organização; Aline, graduada em moda, estava expondo sua marca infantil. Após trocarem contatos, as duas começaram a trabalhar como parceiras em produção de moda. Em 2014, decidiram abrir uma empresa.
No primeiro momento, a Achadinhos funcionava como um clube de assinaturas de produtos infantis. “Continuamos com esse modelo por um ano, até percebermos que muitas marcas interessantes não chegavam aos consumidores porque não tinham recursos para investir em material de divulgação.” Foi aí que decidiram mudar o formato da empresa e adotar o modelo de loja colaborativa – um espaço onde o pequeno produtor pudesse expor e vender seus produtos. “Normalmente, eles só conseguem vender em feiras e bazares”, afirma Cinthia.
Com um investimento inicial de R$ 80 mil, as sócias alugaram e reformaram um galpão no bairro de Pinheiros. “Nossa ideia era criar uma loja que fosse agradável para toda a família, inclusive crianças pequenas. Por isso, optamos por uma área espaçosa e bem iluminada, sem escadas, e com uma brinquedoteca para entreter as crianças enquanto os pais buscam os produtos que querem”, diz Cinthia.
Nesse quase um ano de existência, a Achadinhos já reúne 80 marcas em seu espaço, das quais mais da metade são encabeçadas por mães empreendedoras. “Nós gostamos de estimular o empreendedorismo materno. Por ser mãe e conviver com outras mães, sei como é difícil voltar para o mercado de trabalho após a maternidade. Por isso, muitas acabam optando em abrir seus próprios negócios”, afirma.
Todas as marcas vendidas na loja devem passar por uma avaliação das sócias, que analisam se os produtos oferecidos têm o perfil dos clientes. Se aprovada, a marca pode escolher se quer expor seus produtos em araras ou caixas de madeira que estejam vagos. Estes espaços têm um custo fixo mensal, que pode variar de R$ 450 a R$ 1.000.
Além do aluguel, os produtores devem pagar um valor para cobrir despesas de taxas de cartão de débito e crédito e a comissão dos vendedores da loja. “Em troca, os empreendedores têm liberdade para escolher quais serão seus produtos expostos e definir seus preços”, afirma Cinthia.
Até setembro de 2017, a empresa faturou R$ 1,3 mil. Para o próximo ano, as duas sócias pretendem criar outro braço de negócio, transformando uma das salas do galpão em um coworking para mães. “Como temos espaço para as crianças brincarem e como nosso público é o materno, esse é um de nossos objetivos”, diz.
Fonte: PEGN