A Fast Shop comprou uma participação minoritária relevante na startup de colchões Zissou, num casamento entre um canal de distribuição e uma marca digital nativa que deve se tornar cada vez mais comum daqui para frente.
O fit demográfico tornava a transação quase óbvia, unindo uma empresa que vende colchões premium de R$ 3 mil a R$ 6 mil com a rede de eletroeletrônicos preferida do público classe A. “A Fast Shop tem a mesma obsessão pela experiência do consumidor que a Zissou,” diz Andreas Burmeister, que fundou a startup há dois anos com os sócios Amit Eisler e Ilan Vasserman. “Desde a fundação da Zissou, a gente via a Fast Shop como um parceiro lógico,” diz Amit.
A transação — que avaliou a startup em R$ 48 milhões — vai colocar os colchões, travesseiros e lençois da Zissou nas mais de 100 lojas da Fast Shop em todo o País. Em algumas lojas, o cliente vai poder deitar e rolar no colchão; outras terão o colchão na caixa, para retirada imediata.
Para a Fast Shop, o negócio marca a entrada numa nova vertical — artigos para o sono — complementar a seu ‘core business’ de eletrodomésticos e eletroeletrônicos.
Eduardo Salem, diretor de marketing e negócios digitais da Fast Shop, disse que o varejista que se concentrar apenas em eletrodomésticos terá desafio em manter a rentabilidade. “Estamos acompanhando a jornada do consumidor para ver onde podemos atendê-lo, e ainda não explorávamos a parte do sono, que é a base do bem estar.”
A Zissou inovou ao trazer para o Brasil o conceito de bed-in-a-box. Prensados a vácuo, eles cabem em caixas de 1,15 metro de altura, por 45 centímetros de largura e profundidade, evitando terem que ser içados e reduzindo em até 80% o custo de armazenagem, transporte, entrega e instalação para a empresa. A Zissou também oferece 100 dias de test drive, ao fim do qual o cliente pode retornar o produto e receber o dinheiro de volta.
Além da participação societária, a transação inclui um acordo comercial que dá à Fast Shop exclusividade para vender a Zissou no varejo. A compra — num volume relevante — “nos permite fazer uma unidade de negócios rentável, que gera caixa e sustenta o crescimento da marca,” disse Vasserman, um dos co-fundadores.
Com a entrada da Fast Shop, a Zissou quer faturar R$ 1 bilhão até 2024. Nos EUA, o varejo tem investido aqui e ali em marcas que nasceram na internet. Em 2017, o Walmart comprou a Bonobos — uma marca de vestuário masculino que começou na internet e depois se expandiu para o mundo físico. Na mesma época, a Target liderou uma rodada de US$ 170 milhões na Casper Sleep, a pioneira na venda de colchões online nos EUA.
Fonte: Brazil Journal