O número de farmácias de manipulação no Brasil subiu 8,8% entre janeiro de 2014 e abril de 2018, atingindo 7.545 unidades. Apesar da expansão no período, o faturamento bruto atingiu R$ 5,75 bilhões em 2017, resultado 0,86% abaixo de 2016 e 1,7% inferior a 2014. Dentro deste cenário, os destaques positivos foram o Norte e o Nordeste.
Segundo o diretor executivo da Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag), Marco Fiaschetti, a oscilação financeira está relacionada à crise macroeconômica. Mesmo assim, ele considera que, comparado a outros setores, o ramo tem se mantido mais resiliente.
A expectativa para este ano é de recuperação, assim como ocorreu em 2016, quando o faturamento bruto cresceu 4,1%, ante 2015. “Existe uma procura maior por tratamentos cada vez mais individualizados”, destaca.
De acordo com ele, entre as estratégias para atingir esse avanço de modo sustentável está a crescente segmentação do setor. “Existem casos onde a farmácia deixa de manipular outros produtos para se especializar em apenas um nicho”, conta.
Mesmo nas lojas não especializadas, o sortimento de produtos tende a crescer. Na explicação da diretora técnica da Pharmapele, Luisa Saldanha, isso está relacionado ao envelhecimento da população, e o surgimento de novas especialidades médicas e não-médicas que demandarão um maior mix de produtos. “Por exemplo, desenvolvemos o medicamento no formato oral film, como as lâminas de enxague bucal, para quem tem dificuldade de deglutir.”
Para ela, a oportunidade de tratamentos individualizados existe, mas é necessário saber aproveitar o mercado. “É preciso adaptar-se ao modelo de consumo”, coloca.
Um desafio citado por ela, e comum em todo varejo, é o de melhorar a experiência de compra. “Na greve de caminhoneiros [como o movimento caiu] oferecemos a máscara de ouro para quem fosse à loja e isso trouxe um fluxo grande”, detalha, lembrando que a empresa faz outras ações de estimulo ao consumo.
Na opinião dela, no caso das farmácias magistrais, é necessário inovar para dar atratividade à loja. “O que é vendido é feito em laboratório, então não há produto à mostra para estimular a compra. Oferecer serviços e produtos estimula a compra”, comenta. Por isso, a empresa também desenvolveu linhas de prateleira, como a de cosméticos. “Temos que conscientizar que podemos ter vários negócios em um só”, diz.
Expansão
O número de farmácias de manipulação aumentou consecutivamente entre 2014 e 2018 e, na explicação de Luisa, isso está relacionado à baixa oferta de emprego no mercado e alta no número de empreendedores no País. “A farmácia de manipulação é uma opção viável para quem está começando na área farmacêutica”, destaca.
No período, o Nordeste e Norte apresentaram o maior crescimento percentual, de 18,4% e 15,3%, respectivamente. Fiaschetti da Anfarmag acredita que com o desenvolvimento econômico nas regiões e a menor penetração do setor, essa tendência de alta nas regiões ainda continue.
Fonte: DCI