A situação do varejo brasileiro vai melhorar “quando houver estabilidade política, governabilidade, clara trajetória de equilíbrio fiscal com controle inflacionário e restauração da confiança”. Essa é a previsão de Alberto Serrentino, especialista no mercado varejista e que fez a palestra de lançamento da 19ª edição da Liquida Salvador, nesta terça-feira (31/9), na Casa do Comércio, em Salvador.
Serão 11 dias de promoções, entre 3 e 13 de fevereiro (antes do carnaval, portanto), em mais de 6,5 mil pontos de venda, com descontos de até 70% e projeção de quase R$ 700 milhões em vendas, um crescimento acima de 12% em relação à do ano passado.
Em 2017 os prêmios são 5 caminhões com 16 itens (como TV de LCD), 5 motocicletas zero quilômetros de 125 cilindradas, e um automóvel modelo Toyota SW4. Para concorrer, a cada R$ 40 em compras, o consumidor recebe um cupom (quem utilizar as máquinas da Rede tem direito a dois cupons).
Depois da crise
No lançamento da Liquida, o consultor Alberto Serrentino destacou a necessidade de se enxergar a informação como moeda forte e aconselhou os lojistas a investirem em soluções digitais e no engajamento como formas de atrair e reter os clientes, reduzindo os atritos nas lojas. Por exemplo, encontrando soluções para as maiores dificuldades dos consumidores. Muitas vezes, lembrou, é difícil achar o ponto de venda, encontrar estacionamento, pagar e trocar o produto. “É preciso investir em comunicação e sinalização”, disse.
“A crise é cruel em diversos aspectos, algumas empresas encolherão e outras talvez sejam incorporadas ou fechem. Mas haverá um legado positivo, de ajuste necessário nos mercados de trabalho e imobiliário”, destaca Serrentino em artigo publicado na internet. “As empresas sólidas, com estrutura de capital saudável e capacidade de liderança sairão da crise melhores e mais fortes do que entraram e colherão os frutos dos espaços que se criarão.”
O mercado do varejo, de acordo com o consultor, ainda é um negócio local, e no Brasil “é difícil entrar, crescer e criar um negócio sustentado”, muito por causa da extensão territorial e da elevada concentração geográfica e demográfica.
137 dos 300 maiores varejistas do País só operam em um Estado, 178 em até 3 Estados e 116 em mais de 5. Mas os 30 melhores operadores de supermercados em vendas por metro quadrado “são empresas regionais, privadas e de gestão familiar”.
Vendas online
Em 2015 o setor encolheu 4,3% em termos reais, mas Serrentino chama a atenção para o crescimento das vendas online, que atingiram R$ 41,3 bilhões no Brasil, em 2015, segundo dados do eBit, atingindo 3% do varejo brasileiro. “O número de consumidores online no Brasil foi de quase 65 milhões em 2015, com representatividade em diversas classes sociais e faixas etárias, caracterizando-se como negócio de massa e ampla disseminação”, diz Alberto Serrentino.
“A venda ainda é muito concentrada em bens duráveis (eletrodomésticos, telefonia, eletrônicos e informática lideram em volume de vendas). Entretanto, o grupo de moda e acessórios já lidera em número de pedidos, enquanto cosméticos ocupam a quarta posição neste critério.”
Números apresentados pelo consultor mostram que as 5 maiores empresas desse mercado respondem por metade das vendas, sendo 4 delas empresas digitais puras e 2 internacionais.
Fonte: Tribuna da Bahia