Neste ano, programa Empreendedoras Periféricas será ampliado para quatro meses de duração, com duas turmas
Por Redação
Por meio de uma pesquisa realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) em 2020, de todos os grupos de empreendedores brasileiros, o das mulheres empreendedoras negras foi um dos segmentos mais afetados pela pandemia. Elas tiveram maior dificuldade para se adaptar ao ambiente virtual e conseguir empréstimos bancários, em função do CPF negativado. O levantamento revelou também que 36% das empreendedoras negras seguem com as suas atividades interrompidas.
Por tudo isso, a rede Extra, por meio do Instituto GPA, e em parceria com a Fundação Tide Setúbal, selecionou no ano passado 17 mulheres empreendedoras negras em situação de vulnerabilidade social para apoiar os seus negócios.
O apoio fez parte da primeira edição do projeto Empreendedoras Periféricas, que busca fortalecer as iniciativas econômicas de mulheres negras, por meio do aporte de recursos financeiros e formações, e da conexão dessas iniciativas a uma rede mais extensa de atores sociais, favorecendo a manutenção dos seus empreendimentos no cenário da Covid-19.
Uma das empreendedoras selecionadas na primeira edição do curso foi Suelli Conceição, bióloga e CEO da YA OMI, empresa de fitocosméticos naturais que gera renda nas comunidades, divulgando e fortalecendo o uso da flora local, promovendo a sustentabilidade, a sustentação cultural, social, econômica e ambiental. “Como dona de uma empresa de cosmética natural artesanal, uma microempreendedora, não teria forma alguma de sustentar esse processo de pandemia sem o suporte oferecido pelo projeto para fazermos o capital de giro e conseguirmos atender o maior número de mulheres que fortalecem a iniciativa. Esse apoio é muito importante para conseguirmos manter as nossas atividades emergenciais, garantindo a nossa produção e o fortalecimento da nossa cultura, que é o fomento do autocuidado”, disse.
Já para Hellen Caroline dos Santos Sousa, fundadora de um negócio da comunidade da Fazenda Coutos, na Bahia, que produz o EcoCiclo, um absorvente 100% biodegradável, o projeto é um fôlego em meio a um momento tão delicado. “Por conta desse recurso conseguimos colocar em prática grande parte do nosso planejamento que estava suspenso por conta do Covid-19”, disse.
Nas turmas de 2020, o aporte de até R$ 9 mil por negócio, que dependeu do número de mulheres impactadas pelos empreendimentos, foi feito durante três meses. Além disso, as empreendedoras receberam capacitações técnicas online sobre gestão de negócios, educação financeira, inteligência emocional e comunicação.
Para 2021, o curso terá o mesmo formato, expandido para quatro meses e com aportes distribuídos nesse mesmo período. Estão previstas duas turmas, uma neste primeiro semestre e a outra no segundo.
As empreendedoras interessadas em participar do processo de seleção da próxima turma devem preencher o formulário disponibilizado no site do Instituto GPA (http://institutogpa.org.br/projeto/empreendedoras-perifericas), até o dia 24 de março.
Fonte: SuperVarejo