A expansão das vendas no varejo de maio a agosto reflete o impacto sobre uma base muito deprimida após o relaxamento gradual das medidas induzidas pela pandemia de covid-19 para restringir a atividade e o movimento, e as generosas medidas de apoio anunciadas pelo governo, apagando as perdas registradas em março e abril, diz o Goldman Sachs em relatório divulgado nesta quinta-feira.
As vendas do varejo restrito estão 8,2% acima do nível pré-pandemia, registrado em fevereiro, após a alta de 3,4% em agosto frente a julho divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na sua Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), diz o texto assinado pelo diretor de pesquisa econômica para América Latina do banco, Alberto Ramos.
A leitura ficou acima da mediana das projeções de 27 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data, de uma alta de 3,2%, com intervalo de projeções de +1,2% e +8,6%.
Na avaliação do banco, as vendas de agosto no varejo amplo, que inclui as vendas de veículos e materiais de construção, também divulgadas hoje, se “expandiram vigorosamente” em agosto: 4,6% em relação ao mês anterior, acima da mediana das expectativas, de 4,1%.
“As vendas no varejo amplo se contraíram em 29,4% cumulativamente durante março-abril, mas aumentaram 44,9% durante maio-agosto. Portanto, em agosto, as vendas no varejo amplo estavam 2,2% acima do nível anterior à pandemia de covid-19, em fevereiro”, diz o documento.
No entanto, apesar da recuperação em formato de “V” do impacto da pandemia de covid-19, as vendas no varejo ampliado ainda estão 4,1% abaixo do pico histórico, alcançado em agosto de 2012, diz o Goldman Sachs, que pondera que o varejo restrito está 2,7% acima do pico, em outubro de 2014.
“As vendas no varejo atingiram o fundo do poço em abril e têm apresentado uma sólida recuperação desde então, apoiadas por grandes transferências fiscais e o relaxamento gradual dos protocolos de distanciamento social. No entanto, um quadro viral interno ainda muito complexo e a provável redução do estímulo fiscal antes do final do ano podem suavizar/enfraquecer o ritmo da recuperação.”
Fonte: Valor Invest