Empresa cresce 62% em 2020 e abre loja ao vivo para que consumidores comprem online com apoio direto dos sommeliers da marca
Por Paulo Gratão
O mercado brasileiro de vinhos teve um ano histórico em 2020: influenciado pelo isolamento social, o consumo per capita subiu 30% e atingiu a média de 2,78 litros para cada habitante acima de 18 anos. Os dados são da Ideal Consulting, que acompanha a evolução do setor. No primeiro trimestre de 2021, as taças continuam cheias, com um crescimento de 3% em relação ao mesmo período do ano passado.
Um dos e-commerces mais representativos do setor, a Evino, registrou alta de 62% em 2020 e aproveitou a moda do vinho para se reinventar e adentrar também o mercado off-line, com vending machines e adegas compartilhadas. A mais nova empreitada é uma mistura dos dois mundos: a Loja ao Vivo entrou no ar em soft opening em 20 de abril e foi aberta para o público geral na semana passada. A novidade foi revelada antecipadamente a PEGN.
A Evino investiu mais de R$ 50 mil para reformar o espaço físico de onde o sommelier José Augusto Inácio atende os consumidores. Ele cumpre expediente de segunda a sexta-feira, entre 11h30 e 19h30. Quando PEGN acessou a loja, o especialista Augusto Alves estava disponível para atendimento (veja foto abaixo).
Parte do valor também foi investido na contratação da plataforma Rebbobine, que já faz trabalho semelhante para outras varejistas, como a rede de chocolates Dengo. A ideia é seguir com um investimento contínuo para manutenção e melhoria da plataforma.
A inspiração para o novo canal veio justamente da tecnologia adotada pela marca de chocolates, de acordo com o co-CEO da Evino, Eduardo Souza. “Um dos nossos principais focos é fazer parte de todos os pontos de contato na jornada do cliente, por isso decidimos trazer mais uma forma de interação com os consumidores”, afirma.
O objetivo é facilitar o acesso do consumidor a informações qualificadas sobre a bebida. Muita gente começou a consumir vinho na pandemia, mas conhecimentos sobre rótulos e harmonização em refeições, por exemplo, ainda são restritos. Com um sommelier ao vivo tirando dúvidas, a ideia é democratizar o conhecimento e aumentar a conversão de venda dos indecisos ou novatos no universo da bebida.
O executivo não arrisca uma estimativa de vendas, mas a visão da empresa é que o novo canal se torne relevante no faturamento global da marca. “No primeiro dia, sem divulgação, 400 pessoas entraram na loja.” Há um banner no topo do site que dá acesso direto a sala onde o sommelier está. O consumidor interage por chat e o especialista responde por voz, ao vivo.
Desde o lançamento, no fim de abril, a empresa tem acompanhado métricas como a média diária de visitantes, o engajamento pelo chat com o sommelier, os produtos que vão para o carrinho e os clientes que, de fato, fecham a compra.
“Além do atendimento personalizado e ponto de contato com o cliente durante a sua jornada de compra, desejamos também aumentar nossa capilaridade de mercado e receita, estando realmente cada vez mais presente em diferentes frentes e lugares apoiando nossos consumidores a terem a melhor experiência possível com o vinho”, afirma.
Fonte: PEGN