Quase metade das empresas entrevistadas já investe acima de 1% do faturamento bruto em Transformação Digital e Cultura Digital é o grande gargalo
O varejo brasileiro vem acelerando seus investimentos em Transformação Digital e ampliando as frentes em que esses investimentos são realizados. De acordo com a 4ª edição do estudo “Transformação Digital no Varejo Brasileiro”, desenvolvido pela SBVC (Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo) em parceria com OasisLab Innovation Space, 87% das empresas afirmam ter ações de Transformação Digital de seus negócios, sendo que em 44% delas, o investimento já supera 1% do faturamento bruto (na edição 2021 do estudo, 41% estavam nesse patamar).
O estudo faz uma radiografia dos investimentos em Transformação Digital, da automação e treinamento dos funcionários nas empresas do varejo brasileiro, assim como do uso das ferramentas de Inteligência Artificial nos pontos de venda. Os números mostram que a Transformação Digital se tornou prioridade estratégica: 50% dos entrevistados dizem que essa é uma prioridade, com investimentos e ações definidas. O investimento em Transformação Digital é importante para aumentar as vendas e engajar os consumidores em plataformas digitais.
“O varejo deixou de ser um setor pouco intensivo em tecnologia. Hoje, coletar e analisar dados para personalizar o relacionamento e melhorar a experiência do cliente é visto como necessário para o crescimento”, afirma Eduardo Terra, Presidente da SBVC. O estudo mostra que as principais áreas de investimento em Transformação Digital são o omnichannel (41%) e e-commerce (21%), refletindo uma forte preocupação com a implementação de vendas online e a experiência do consumidor. “São áreas que foram aceleradas nos últimos dois anos pela pandemia, mas a Transformação Digital vai muito além: é uma mudança de mindset das empresas, que passam a colocar o cliente como foco de suas ações”, analisa Terra.
Ainda de acordo com a análise feita pela SBVC e OasisLab, os principais benefícios obtidos pelo varejo em sua Transformação Digital estão relacionados ao aumento das vendas (87%), ao aumento do engajamento dos clientes (76%) e à expansão do tráfego web/mobile (50%). “O investimento em Transformação Digital é importante para aumentar as vendas e engajar os consumidores em plataformas digitais”, analisa Helio Biagi, Co-Fundador do OasisLab Innovation Space. “Quando desenvolvido de forma colaborativa com clientes e funcionários, esse investimento se torna ainda mais relevante e acelera a inovação nos negócios”, acrescenta.
Outro tema que recebe atenção especial dos varejistas é o trabalho remoto, ou home office, que ficou praticamente estável em relação a 2021. Atualmente, mesmo com a gradual retomada das atividades presenciais, 83% das empresas contam com home office e 48% pretendem continuar dessa forma – apenas 20% delas querem voltar 100% ao modelo pré-pandemia. “Está claro que o futuro do trabalho é um híbrido entre presencial e remoto, pois o home office aumenta a qualidade de vida dos colaboradores, reduz custos para as empresas e gera aumento de produtividade”, avalia Eduardo Terra.
Para o presidente da SBVC, os dados do estudo sugerem que a Transformação Digital do varejo está cada vez mais madura. “As mudanças culturais e de comportamento que vieram à tona com a pandemia levaram o varejo a se tornar mais ágil, adotando metodologias típicas de startups, desenvolvendo times horizontais e se apoiando tecnologia para vencer os desafios”. Na pesquisa, 41% das empresas varejistas apontam que mudar a cultura organizacional é principal dificuldade no processo de T.D. e também que 32% das empresas já estão muito engajadas com o novo universo do varejo: o Metaverso.
Metodologia
O estudo se baseou em pesquisas exploratórias com os executivos responsáveis pela Transformação Digital nas empresas de varejo. Partindo de uma amostra dos maiores players do mercado brasileiro, em 10 diferentes segmentos (moda, calçados e artigos esportivos; super, hiper, atacarejo e conveniência; lojas de departamento, artigos do lar e mercadorias em geral; drogarias e perfumarias; foodservice; livrarias e papelarias; eletromóveis; material de construção; óticas, jóias, bolsas e acessórios; e outros segmentos, o estudo ouviu empresas de diferentes faixas de faturamento (3% abaixo de R$ 100 milhões anuais, 23% entre R$ 100 milhões e R$ 500 milhões, 33% entre R$ 500 milhões e R$ 1 bilhão, 23% entre R$ 1 bilhão e R$ 3 bilhões e 17% acima de R$ 3 bilhões anuais) para apresentar um painel claro do desenvolvimento da Transformação Digital do varejo brasileiro.
A íntegra do estudo está disponível no site da SBVC:
Fonte: Inforchannel