Economia colaborativa deve movimentar cerca de 500 bilhões de dólares até 2025. Compartilhamento e colaboração são tendências que vieram para ficar.
A Dunnhumby, empresa líder mundial em ciência do consumidor, divulga os resultados do quinto estudo da série 9 tendências para o varejo, batizado de Social Economy e realizado com base nos dados de consumo de pessoas de mais de 30 países.
A série, que já apresentou análises sobre os temas Conveniência (Frictionless), Novos Valores (New Value), Fusão Cultural e Personalização, apresenta periodicamente estudos sobre cada tema identificado como tendência para o setor, conforme lista abaixo:
1. Conveniência ao extremo (Frictonless)
2. Novos valores (New Values)
3. Personalização
4. Fusão Cultural
5. Economia Social
6. Online, sempre
7. Saúde e bem-estar
8. Novo modelo de família
9. Consumo Ético
ESTUDO ECONOMIA SOCIAL
A Economia Social diz respeito às inovações trazidas pela conectividade global, que tem provocado mudanças fundamentais no comportamento das pessoas e o surgimento de um novo consumidor, focado em compartilhamento, crowd-sourcing e advocacy (defesa de marca).
Já não basta oferecer mensagens generalizantes, direcionadas a um grande grupo de pessoas; o cliente espera ser ouvido e respondido individualmente na maior parte do tempo – as empresas devem buscar suas opiniões e sugestões constantemente, prestando atenção às suas necessidades.
A raiz da Economia Social é a necessidade de socialização do ser humano e o consequente surgimento de novos modelos de negócio baseados nas interações entre pessoas físicas, possibilitado pelas plataformas sociais online, que em janeiro de 2016 contavam com 2.3 bilhões de usuários ativos no mundo todo.
Além disso, vemos a guinada em direção a uma economia voltada para o compartilhamento, reuso e locação de bens, que atende às novas necessidades de consumo, também geradas pela facilidade de trocas interpessoais possibilitada pelo avanço da conectividade.
O estudo explora os pontos principais para a criação do ambiente perfeito para novos modelos de negócio aflorarem. Além disso, destaca as oportunidades de aproximação entre varejistas e clientes.
PRINCIPAIS PONTOS:
– Novos modelos de negócios (como Uber e AirBnb) são reflexos da Economia Social, resultante do exponencial aumento de conectividade entre as pessoas.
– O que move a maior parte das novas tecnologias são o crescimento de penetração da internet, consolidação do uso de smartphones e a utilização cada vez maior de plataformas de mídia social;
– Atualmente 3.4 bilhões de indivíduos em todo mundo são usuários ativos de internet. Esse número tem crescimento anual de 10%;
– 65% da população mundial deverá ter smartphones até 2020;
– No Brasil a porcentagem da população ativa em redes sociais chega a 49%, ultrapassando a China, a Rússia e o Japão.
– O comportamento do novo consumidor é focado em compartilhamento, co-criação e advocacy (defesa de marca);
– A Economia Social tem forçado os negócios a mudarem a maneira como pensam e se comportam em relação aos seus clientes;
– O estudo mostra que a opinião de consumidores postadas em redes online são consideradas mais confiáveis do que anúncios impressos ou sites oficiais das marcas;
– 50% das pessoas dizem que tendem a tomar suas decisões de compra com base em avaliações online de consumidores;
– 54% das pessoas lêem avaliações online antes de comprar em algum site e 39% das pessoas fazem essa leitura antes de adquirir produtos em lojas físicas;
– Compartilhamento em vez de posse e compra de ‘pessoa para pessoa’ são conceitos que chegaram para ficar e continuarão a influenciar o comportamento do consumidor;
NOVOS MODELOS DE NEGÓCIO:
Economia colaborativa: A conveniência e o baixo custo oferecidos por serviços como Uber e Airbnb transformaram negócios tradicionais e superaram o status de empresas voltadas para um nicho específico, tornando-se escolhas predominantes entre consumidores. Esses novos modelos de negócio, que incorporam compartilhamento, colaboração e interações interpessoais, devem movimentar cerca de 500 bilhões de dólares no mundo até 2025
Advocacy (defensores de marca): O poder das opiniões genuínas emitidas por outros consumidores online é tão grande que, segundo o estudo, 80% dos consumidores confiam mais nesta do que em qualquer outra forma de contato com o produto (a de menos confiança sendo o anúncio mobile e a de maior sendo a recomendação de produto vinda de conhecidos);
Crowd-sourcing e co-criação: Em vez de apenas darem suas opiniões, os consumidores estão se tornando inovadores-chave, sendo colocados no centro das decisões das empresas. Os benefícios que podem ser extraídos dessa tendência são a aceleração de processos de desenvolvimento de produto, redução de custos e identificação de talentos em potencial para futuras contratações.
RECOMENDAÇÕES:
Diversos aspectos da Economia Social podem ser adotados por varejistas e marcas para conquistar crescimento por meio de marketing, pesquisa e desenvolvimento de produtos mais eficientes. Para aproveitar melhor as oportunidades que o comportamento dos consumidores da Economia Social oferecem, as empresas devem considerar as seguintes recomendações:
– Mudar seu pensamento de adquirir conhecimento “sobre” o cliente para adquirir conhecimentos “dos”clientes;
– Linkar comportamentos online e offline. Conectar o que os consumidores vêem e ouvem com o que eles sentem, pensam e fazem;
– Aumentar o seu nível de conhecimento sobre as necessidades do cliente por meio da combinação de dados de comportamento de compra com dados de atitudes e de boca a boca;
– Adotar, de forma geral, os conceitos de co-criação e co-promoção;
– Criar sua própria plataforma social, para gerar conteúdos e reviews espontâneos e confiáveis. Trazer o cliente para a divulgação, de forma que ele propague sua marca de forma positiva para sua rede de amigos virtuais;
– Usar essas plataformas sociais como fonte para novas ideias e inovação, dando mais poder ao conteúdo gerado espontaneamente.
Fonte: Falando de Varejo