Plataforma de serviços financeiros vai oferecer crédito a franqueados para abertura de novas unidades
Por Raquel Brandão
Para fortalecer seu plano de expansão, a rede de depilação Espaçolaser está criando uma plataforma de serviços financeiros para oferecer crédito a franqueados para abertura de novas unidades. Atualmente, a companhia tem 588 lojas próprias e 129 franquias.
“No ano de 2021 mantivemos ritmo acelerado de aberturas. Só não superamos ainda o número de lojas de 2017, mas vamos superar até o fim desse mês”, diz o presidente da companhia, Paulo Morais.
A empresa criou um fundo de investimento em direitos creditórios (Fidc) de até R$ 100 milhões para financiar as aberturas de franquias. Conforme surge a demanda de financiamento, a Espaçolaser faz chamadas de capital para os investidores. A primeira capitalização foi de R$ 5 milhões, e a perspectiva da empresa é que o valor de R$ 100 milhões seja alcançado em até dois anos.
“O objetivo é acelerar a expansão, apoiar o franqueado e, lógico, acrescenta uma nova linha de receita”, diz.
De acordo com ele, muitos franqueados não conseguiam crédito nas instituições financeiras ou encontravam mais burocracias para obter os recursos.
Os principais objetos de financiamento são as máquinas de depilação, cujo valor chega a US$ 108 mil, conta o executivo. Além disso, o E-bank também deve financiar, em menor volume, capital de giro.
Para mitigar o risco, o equipamento entra como garantia. “Grande parte desses franqueados são ex-colaboradores, então temos um lado bom de não ter uma curva longa de aprendizado do negócio”, diz Morais.
O prazo dado tem sido de três a cinco anos, tempo previsto para a loja chegar ao ponto de maturidade. Leonardo Correa, diretor financeiro da companhia, explica que a operação deve seguir os juros básicos. “Depende de quem está tomando o crédito e depende do ambiente. É um fundo a mercado. Se a taxa de juros subir, vamos repassar.”
Por isso, num ambiente de juros básicos em alta, Correa argumenta que a rentabilidade do negócio deve manter a demanda por novas franquias. “O retorno é tão atrativo que eles assumem o investimento mesmo num momento de juros mais altos. O período que o grupo mais cresceu no passado foi entre 2015 e 2017, quando o cenário também era de juros altos”, defende.
Segundo o diretor, ainda há espaço para expansão de lojas físicas em São Paulo e Rio de Janeiro, mas grande parte do crescimento deve vir de aberturas em regiões ainda pouco exploradas como Norte e Nordeste.
Fonte: Valor Econômico