Com exceção das grandes companhias, a maior parte das empresas, dos vários segmentos do Varejo, não agiu quando deveria e, ainda, não está reagindo, pelo menos, até agora.
Apesar de tudo o que vem acontecendo no Brasil nos últimos anos, que tem trazido impactos diretos ao mercado consumidor, muitas empresas de varejo têm escolhido não fazer nada, ou, de forma resistente, insistem em manter a “fórmula” que as trouxe até aqui e que obviamente não vai sustentar o sucesso da empresa nas próximas décadas ou anos.
Não faltam motivos para justificar uma rápida e significativa reação: além da forte crise econômica, transformações importantes vêm ocorrendo no mercado consumidor, que exigem uma resposta do Varejo.
Temos hoje um consumidor muito mais informado, antenado, conectado, exigente, intolerante e infiel. A entrada das gerações mais novas (Millennials) no mercado consumidor é, sem dúvida, uma das grandes responsáveis por essa mudança. No passado, transformações como essas levariam anos, senão décadas para serem observadas na prática, entretanto, atualmente com a internet e as redes sociais podem levar dias ou mesmo horas.
Esse novo consumidor tem exigido muito mais dos varejistas do que eles vinham entregando ou oferecendo até agora. Esse consumidor quer ser atendido (muito bem) nos seus diferentes momentos de compra, ou seja, na compra rápida e picada, na compra gourmet, na compra abastecedora etc. Isso tem se refletido na necessidade de se oferecer diferentes canais, como lojas de proximidade, supermercados, cash & carry, delivery, e-commerce, mobile. Cada canal tem sua própria lógica, dinâmica e estratégia, o que traz muita complexidade e mais custos para a gestão das empresas de varejo.
Dentro desse cenário tão adverso, de crise econômica, necessidade de reformas estruturais por parte do poder público (em especial as reformas Previdenciária e Tributária), altíssimo nível de desemprego e as transformações significativas no mercado consumidor, ainda observamos que muitos varejistas não fazem nada a respeito. Pior que isso, muitas das empresas de varejo (em qualquer dos segmentos) não resolveram nem o “básico”, pois são empresas familiares, sem uma governança corporativa estruturada, sem sucessores naturais preparados para garantir a continuidade da empresa, sem profissionalização, sem processos e controles adequados, sem áreas de “compliance”, com estrutura de capital desequilibrada com níveis de alavancagem altíssimos etc.
Vale ressaltar que nem tudo até aqui mencionado está sob o alcance dos varejistas ou gestores, mas muito está sim sob a responsabilidade daqueles que empreendem e cuidam da gestão dessas empresas. Não se pode manter e alimentar uma cultura baseada na crença de que tudo vai se resolver sozinho, ou que o governo ou uma entidade mística irá resolver. Cabe aos administradores, proprietários ou executivos enfrentarem os desafios, fazer o “básico” urgentemente e garantir a saúde da empresa.
Como disse Einstein: “Não pretendamos esperar resultados diferentes, se fazemos sempre a mesma coisa”.
Então mãos à obra, afinal “Não fazer nada não é uma opção!”
Fonte: Novarejo