Por Felipe Laurence | Os lucros das empresas do setor de varejo ainda devem ficar pressionados no curto prazo por conta dos juros elevados, deixando despesas financeiras e alavancagem de algumas companhias em patamares alarmantes, mas com perspectiva de alívio a partir do segundo trimestre, diz o BTG Pactual.
Os analistas Luiz Guanais e Gabriel Disselli escrevem que 23 empresas do setor sob sua cobertura apresentaram redução de 26% no lucro líquido em 2022, R$ 2,5 bilhões no total, enquanto que somente no primeiro trimestre desse ano já houve queda de R$ 1 bilhão.
“Olhando na nossa amostra, as conclusões diferem dependendo da companhia, segmento, profundidade da crise, o que é essencial para diferenciar empresas pequenas que são líquidas, mas queimam caixa consistentemente, de empresas discricionárias que estão sofrendo com pressões na demanda”, comentam.
O banco destaca que essas companhias vêm reforçando seus balanços desde a pandemia, deixando suas situações financeiras mais robustas do que em crises passadas. Essas companhias ainda podem descontar recebíveis para gerar liquidez no curto prazo, mas com o lado negativo do alto custo de capital envolvido.
Os analistas preferem manter uma exposição limitada a companhias com maior poder de precificação e momento operacional positivo, como Mercado Livre, SmartFit, Grupo Soma e Grupo Mateus, esperando o início do ciclo de corte nos juros para voltar a se posicionar com maior força no setor.
Fonte: Valor Econômico