Foi o avô materno, Osório Adriano, que inspirou Rodolfo Araújo, 24 anos, a investir no empreendedorismo. “Cresci assistindo ao modo como ele comandava suas empresas em Brasília. Sempre quis seguir seu caminho”, diz Rodolfo. Mesmo sem ter concluído o curso de engenharia civil, decidiu buscar setores promissores para abrir um novo empreendimento em sociedade com a irmã, Maria Araújo, 21 anos. “Nas minhas pesquisas, percebi que a área de meios de pagamento estava em franco crescimento, com muitas possibilidades.”
Em vez de começar um negócio do zero, usou um empréstimo da família, no valor de R$ 8 milhões, para adquirir uma empresa que já atuava com pagamentos. Foi aí que nasceu o Ingrupo. “A empresa já existia desde 1996, mas nós fizemos uma reformulação completa. Profissionalizamos a gestão, contratamos executivos e reestruturamos os departamentos.” O resultado foi uma holding familiar com quatro braços: além da InMais, há a InFinanças, a InMarketing e a It’s Pay. Embora a operação seja unificada, cada empresa conta com sua própria área estratégica.
Com o objetivo de atender essa demanda, os irmãos criaram um programa de fidelidade diferente dos tradicionais. No InMais, cada ponto vale um centavo; é possível trocar os pontos por produtos ou por dinheiro – há ainda a opção de créditos em cartão pré-pago; e os pontos jamais expiram. “Desde o início, definimos que nosso cliente não era da classe A, aquele público que quer juntar milhas para pegar passagens aéreas. Nosso público é jovem, da classe B, C ou D, e está entrando agora nos programas de fidelidade. Ele quer acumular pontos com facilidade, trocar com frequência, e de preferência por dinheiro.”
Para viabilizar esse formato, os sócios foram atrás de parcerias com instituições financeiras. Os primeiros a fecharem foram o BRB – Banco de Brasília, o Banpará, de Belém, e o Sicoob, sistema que reúne cooperativas de todo o país. No início de fevereiro, firmaram uma parceria com a Caixa Econômica Federal. “Já temos mais um contrato fechado, mas só vamos revelar o nome do banco em abril”, diz Rodolfo.
Também foram feitas coalizões com parceiros do varejo: são mais de 100 empresas, entre elas Submarino, Livraria Cultura e Fast Shop. Hoje, a InMais conta com uma base de 350 mil clientes. “Destes, 82% preferem o resgate em dinheiro.” Para crescer, os sócios planejam parcerias com bancos e varejos regionais em todo o Brasil. “A meta é chegar a 500 mil usuários em 2017, e 10 milhões em 2020.”