Mesmo em um cenário econômico de relativa estabilidade, 2018 traz uma faceta desafiadora para o comércio eletrônico. Segundo André Dias, diretor-executivo da Ebit, unidade especializada em informações de comércio eletrônico do Buscapé Company, se por um lado a Copa do Mundo foi um gatilho de vendas, por outro a eleição presidencial poderá frear o consumo no segundo semestre. Para esta segunda-feira, 16, data em que se comemora o Dia do Comerciante, o profissional aponta os obstáculos enfrentados pelo setor e destaca o que o comércio eletrônico deve esperar para o final deste ano.
Em 2017, mais de 55 milhões de consumidores realizaram pelo menos uma compra virtual, 15% a mais do que em 2016. Impulsionado pela consolidação do modelo de marketplaces e pelo maior volume de clientes, o segmento permaneceu com resultado positivo. Diferente do ano retrasado, que registou a primeira queda de vendas, 2017 contou com um aumento de 3,9% no número de pedidos. De acordo com André, em 2018 o e-commerce está voltando a crescer na casa de dois dígitos, “mantendo-se como um dos setores mais atrativos para grandes varejistas e também para pequenos empreendedores no Brasil”.
Os dados são do relatório “Webshoppers 37”, um estudo realizado anualmente pela Ebit com o objetivo de traçar o rumo do mercado de compras online. A unidade, desde janeiro de 2000, já coletou mais de 30 milhões de pesquisas a respeito da experiência de compra em mais de 25 mil lojas virtuais conveniadas.
Neste 2018, para o diretor-executivo, ao mesmo tempo que as grandes lojas aproveitaram as vantagens trazidas pelo marketplaces como a diversificação de produtos, o aumento de receita com melhoria de margens de lucro e o crescimento de vendas em mercados de nicho, as companhias tiveram que atravessar desafios operacionais como a perda de qualidade no serviço de entrega e o alto custo de gestão. “Os desafios para lojas parceiras de marketplaces ainda são grandes, uma vez que as empresas estão atuando com taxas de comissionamento pouco competitivas, além de pouca flexibilidade na definição de estratégias próprias, que acabam sempre ficando restritas ao preço baixo dos produtos”, diz.
O sucesso do modelo, no Brasil, depende da equalização de três fatores fundamentais. Segundo o porta-voz da Ebit é preciso apresentar uma fácil e rápida integração de lojistas, criar uma gestão de qualidade de atendimento e serviços e um ótimo processo operacional para gestão de estoque, frete e entrega.
A unidade especializada em informações de comércio eletrônico prevê que o movimento de migração das vendas para o canal online deve continuar forte e estima um crescimento nominal de 12% no faturamento do setor, atingindo um total de R$ 53,5 bilhões neste 2018. “O volume de pedidos no e-commerce deverá ser 7,7% maior em 2018, atingindo um total de 119,7 milhões de pedidos”, revela André. O profissional ainda diz que as previsões para 2019 dependerão dos resultados das eleições e da política econômica adotada.
Fonte: Meio & Mensagem