2020 foi um ano ímpar para o varejo. Enquanto o e-commerce viu suas vendas crescerem em meio a pandemia, as lojas físicas tiveram suas portas fechadas nos períodos mais críticos. Agora, a expectativa é que tendências que iniciaram no ano passado continuem se desenvolvendo e trazendo novos cenários para 2021.
São elas:
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Omnichannel está mais forte do que nunca
De acordo com o eMarketer, o e-commerce cresceu 19,4% na América Latina. Devido à iminente necessidade em períodos de quarentena, milhares de pessoas se habituaram ao modelo. Agora, acostumadas com a experiência, a expectativa é que a fronteira entre o digital e físico fique cada vez mais nublada.
Empresas como a Amaro e o Magazine Luiza já oferecem a possibilidade de comprar online e retirar na loja física, por exemplo. Para o lojista, a relação entre o comércio online versus físico também foi flexibilizada, à medida que as lojas físicas também passaram a ser estoque e uma forma de diminuir a distância até a chegada na casa do consumidor.
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Compre o que está assistindo
O “live commerce” foi uma tendência que surgiu na China e chegou com tudo no ocidente. Agora, é cada vez mais frequente que marcas façam lives com entretenimento para promover seus produtos. A iniciativa ganhou força com o Alibaba, que transformou a data de compras 11/11 em um verdadeiro festival. No Brasil, a Americanas é uma das companhias que adotou a medida.
O live commerce é apenas um exemplo da revolução do varejo que está nascendo hoje na China. Para aprender com o modelo chinês (inspiração para Magalu e Americanas).
O entretenimento também está influenciando o mercado sob outra ótica. A minissérie “O Gambito da Rainha” da Netflix, sobre xadrez, fez o interesse pelo jogo atingir um recorde de público. A obra impulsionou uma alta de 300% nas buscas por jogadas específicas e há relatos de jogadores que se interessaram e aprenderam após assistir.
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Sustentabilidade e economia circular
De acordo com uma pesquisa da Shopify, 53% dos consumidores preferem comprar produtos sustentáveis. Além disso, 49% dos clientes veem como positivo quando varejistas fazem doações a cada compra realizada.
Grandes redes do varejo, a exemplo da loja de roupas sueca H&M, já estão se posicionando para diminuir o impacto no meio ambiente. A companhia deseja utilizar apenas materiais sustentáveis a partir de 2030, bem como ter uma cadeia de suprimentos com menor impacto (incluindo na emissão de gás carbono) até 2040.
Não por acaso, o termo “economia circular” – que busca um desenvolvimento mais sustentável – é uma palavra cada vez mais frequente no vocabulário do varejo, do O Boticário à Apple.
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Marcas mais diversas
Felizmente, a diversidade nunca esteve tão em pauta – desde às redes sociais ao varejo. Os consumidores estão cada vez mais atentos e exigindo cada vez mais representatividade, seja nas publicidades ou até mesmo no quadro de funcionários.
A loja de maquiagens Sephora se comprometeu a dedicar 15% de suas estantes apenas para negócios criados por pessoas negras. Já a varejista de roupas GAP irá dobrar o número de funcionários negros e latinos na sede nos Estados Unidos até 2025.
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Voz
Ainda segundo o Shopify, a expectativa é que o mercado de compras por voz atinja US$ 40 bilhões nos Estados Unidos até 2020. Esse crescimento pode ser sustentado pela soma da conveniência, maior aderência aos smart speakers (também chamados de “assistentes pessoais”, como Alexa, Siri, Google Assistente, entre outros) e até mesmo aos assistentes por voz já disponíveis nos celulares.
A dica do Shopify aos varejistas é que as empresas otimizem seus sites para funcionar com esta tecnologia. No Brasil, o iFood criou uma aplicação para que refeições possam ser pedidas através da Alexa, da Amazon. A iniciativa ajuda a criar maior recorrência nas compras, um dos objetivos que o comércio deve continuar buscando em 2021.
Fonte: StartSe