Atualmente o Brasil passa por um momento de transição econômica que gerou impacto direto em inúmeros setores, desde a indústria até o comércio e serviços. Talvez um dos setores que mais foi afetado é o comércio varejista, que em sua maioria é composto por micro e pequenas empresas, que em meio a um panorama econômico de incerteza sem veem em um beco sem saída, uma vez que não conseguem enxergar soluções viáveis para agir em meio a crise.
Entretanto, como já dizia Albert Einstein “No meio da dificuldade encontra-se a oportunidade”, e nesse momento em que o país atravessa muitas dificuldades econômicas e políticas, é possível ver diversos negócios sendo criados para solucionar problemas e tornando-se projetos brilhantes.
No que diz respeito à crise no varejo, certamente o setor foi e está sendo cada vez mais impactado pelo crescimento das tecnologias da informação, os padrões de consumo e a forma como se consome está mudando. Além disso, hoje o os consumidores tem muito mais poder de escolha, uma vez que basta alguns toques na tela para saber diversas informações sobre uma loja, sobre um produto, e também buscar onde o mesmo é vendido com as melhores condições. Entretanto, olhando sob uma perspectiva positiva, esta mesma tecnologia, que mal usada pode ser prejudicial, alimenta um setor, ainda jovem, e que cresce com taxas superiores a 10% ao ano mesmo em tempos de dificuldade financeira, o E-commerce.
Segundo o E-bit, O setor de comércio eletrônico faturou no ano de 2015 R$ 41,3 Bilhões, com crescimento de 15% em relação a 2014. O perfil do consumidor mudou, hoje a maioria das pessoas não procuram mais o telefone ou o endereço de uma loja, mas sim o site ou a página da empresa nas redes sociais. Hoje o número de acessos a internet por meio de smartphones e tablets é superior ao de acessos via computadores e notebooks, ou seja, os consumidores da nova geração estão constantemente conectados e atualizados, recebendo e lidando com inúmeras informações ao mesmo tempo, e certamente muitas destas informações são propagandas, emai marketing, promoções, descontos e outros matérias de empresas que concorrem diretamente com aquele pequeno comerciante varejista tradicional.
O E-commerce expande os horizontes da organização, proporciona que a custos acessíveis o lojista alcance um público que vai além daquele que passa em sua porta, e isto é fundamental, pois diferentemente das grandes redes, que atraem pessoas de diversos locais, o pequeno comerciante, por melhor que sejam seus produtos, não é referência para grandes localidades, e depende do fluxo de pessoas que passa normalmente e sua porta. Outra limitação da loja física consiste no espaço de prateleira, tendo em vista que os lojistas devem escolher determinados produtos para dar maior destaque.
O comércio virtual proporciona que todos os seus produtos sejam vistos em um mesmo ambiente, de forma quase que instantânea, aumentando a variedade de produtos apresentado ao cliente, o que tende a aumentar a atratividade e consequentemente as chances de conversão em vendas. Um ganho estratégico muito importante é a possibilidade de controle e mensuração de inúmeros dados referentes ao tráfego da loja virtual, sendo possível monitorar todos os passos dos clientes dentro da loja e então tomar decisões e medidas para maximizar os investimentos. Ferramentas gratuitas como Google Analytics promovem um controle muito apurado, de ótima qualidade, e relativamente fácil de operar. No que refere-se as vendas, um fator muito interessante que proporciona muitas facilidades para lojistas que estão iniciando as operações são os marketplaces, uma vez que o pequeno empresário não possui, de saída, recursos em abundância para investir em anúncios patrocinados com frequência, tão pouco investir na compra de post pagos, anúncios em blogs, e grandes campanhas.
Tal ação permite que o lojista faça seu estoque girar e tenha caixa para novos investimentos, sendo apenas necessário não se acomodar em vender somente por marketplaces, tendo em vista que para crescer e se estabilizar a loja virtual necessita vender diretamente por sua loja, onde os custos são bem menores.
Dito isto é possível notar claramente que o e-commerce é um setor que apresenta bons resultados e que pode proporcionar muitas vantagens para o comércio varejista tradicional. Entretanto é importante destacar a seriedade do negócio, que em diversos casos é tratado como algo bem simples e banal, o qual basta montar uma loja virtual, manter o site ativo e por mágica os produtos vão se vender.
Isto é um problema comum no Brasil, e gera diversos impactos, um deles é que muitos empresários investem na abertura de lojas virtuais sem qualquer preparo ou estrutura para gerenciar uma operação de e-commerce, pois a mesma requer uma série de atividades estratégicas e planos de reinvestimento que trarão resultado a médio prazo. Na ausência destas medidas, o novo canal de vendas será apenas mais um site desconhecido na web, gerando desperdício de algo com tanto potencial.
Outro ponto é a desvalorização do novo, é comum se deparar com muitas empresas varejistas com uma gestão muito tradicional e que não da abertura para o novo. Sendo assim, muitos empresários tratam apenas como um simples “site” na internet, e não se beneficiam do tamanho potencial que o e-commerce pode proporcionar para seu negócio.
O e-commerce assim como qualquer segmento empresarial exige muito esforço e dedicação, e da mesma forma que o comércio tradicional, possui margens muito apertadas, sendo imprescindível o acompanhamento constante, e consecutivos trabalhos de atualização, monitorando as tendências e padrões de consumo.
Na loja física a sua marca naturalmente é vista por um número limitado de pessoas, na loja virtual devido á imensa variedade de informação é fundamental a promoção constante da loja, por meio de anúncios, blogs, redes sociais, entre outros, a fim de que aos poucos sua marca se torne referência em um determinado grupo.
Sendo assim, é importante ressaltar que o E-commerce é um setor que está em pleno desenvolvimento e que ainda apresenta muito espaço para novos negócios e ideias, tornando-se uma excelente opção para empresas de todos os tamanhos que almejam ganhar mercado e também para aqueles que necessitam potencializar suas vendas para minimizar os impactos da crise econômica. Além disso, as tecnologias hoje disponíveis permitem ao empresário controlar e mensurar os padrões de compra e tendências de consumo com muito mais precisão, pois com base nos dados é possível ter as informações de todos os produtos que cada cliente viu na loja, identificar pontos a serem desenvolvidos entre outros.
Entretanto também é muito importante mencionar, que assim como qualquer negócio que almeja algum crescimento, é fundamental planejar todos os pontos necessários para a abertura e principalmente manutenção de uma operação de e-commerce. Tal planejamento será fundamental para que a empresa esteja sólida e consiga se tornar rentável. Muitas empresas do varejo na se atentam muito aos detalhes.
Contudo um dos pilares para uma operação de e-commerce eficiente é a organização e sinergia entre todos os processos que a mantém, para que desde a promoção, passando pela venda e também o pós-venda, mantenham o mesmo nível de serviço e proporcionem ao consumidor uma experiência de compra atrativa, que vai impulsioná-lo a retornar a sua loja virtual em um futuro próximo, e assim alavancando o negócio.
E-commerce é sim uma grande oportunidade do momento, principalmente para quem já trabalha com comércio varejista ou para aqueles que desejam empreender com seriedade e empenho, porém não há espaço para crescer nesse mercado com amadorismo e falta de planejamento, assim como tudo negócio, é necessário muito esforço e dedicação para fazer dar certo.