Por Helena Canhoni | A edição brasileira do Relatório de Varejo Online 2024, desenvolvido globalmente pela FTI Consulting, destaca o potencial de crescimento do comércio eletrônico no Brasil. Porém, o aumento do endividamento das famílias, que alcançou 48% do rendimento anual, tem impactado o aumento tanto do varejo online quanto do offline nos últimos anos.
Mesmo frente aos desafios, o comércio eletrônico brasileiro segue crescendo, representando atualmente 9% das vendas totais do varejo. Embora esse número seja expressivo, ele ainda é inferior ao de mercados mais maduros, como Estados Unidos, China e países da Europa, além de nações latino-americanas como México (14%) e Chile (11%).
Embora o auge das vendas online tenha ocorrido durante a pandemia de 2020, com um aumento de 30%, o setor continua crescendo a um ritmo superior ao do varejo físico desde 2019.
Um dos principais impulsionadores desse aumento é o uso de smartphones como principal meio de compras online no Brasil. Em 2023, 55% das transações online foram feitas via smartphones, consolidando esses dispositivos como ferramentas essenciais para o e-commerce.
Setores como moda e beleza também apresentaram um crescimento significativo, acompanhando a popularidade dos eletrodomésticos e da tecnologia. Com relação às regiões, o Sudeste lidera em número de compradores online, beneficiado por sua infraestrutura mais avançada e maior familiaridade tecnológica. Entretanto, regiões como Norte e Nordeste têm grande potencial de crescimento.
O diferencial do Brasil
Ademais, o comércio eletrônico no Brasil cresce em função de uma população jovem e mais conectada. A classe de menor renda, que representa aproximadamente 13% dos consumidores online, ainda tem participação limitada, mas essa tendência deve mudar com o aumento do poder de compra e as gerações familiarizadas com a tecnologia se tornando consumidores ativos.
Atualmente, 34% dos consumidores online possuem de 35 a 44 anos, indicando um futuro promissor para o setor.
Outro ponto que sustenta o e-commerce no Brasil é o uso, cada vez maior, de soluções de pagamento digital. O Pix, por exemplo, é o segundo método de pagamento mais utilizado no comércio eletrônico, atrás somente dos cartões de crédito e débito. Para além de fomentar a inclusão financeira, o Pix se mostra uma alternativa atrativa para aqueles sem acesso a crédito.
O uso de novas tecnologias, como inteligência artificial e automação logística, também pode impulsionar o crescimento do e-commerce, simplificando processos e melhorando a experiência do consumidor. Líderes do setor já estão implementando essas tecnologias para agilizar entregas e personalizar o atendimento, transformando o comércio eletrônico como uma alternativa cada vez mais eficiente frente ao varejo tradicional.
Fonte: E-Commerce Brasil