Durante um programa de capacitação da Endeavor, Flavio Pigatto, sócio-fundador da DrogaVet, conversou com o fundador da rede O Boticário, Miguel Krigsner, sobre internacionalização. Isso fez com que ele começasse a considerar a possibilidade de levar a própria marca para o exterior. “O Brasil tem muitos bons produtos que não estão lá fora. Percebemos que valia a pena pensar em internacionalização. Isso ajuda muito a dar um impulso na marca, além da abertura comercial”. Depois de um ano de estudos, adaptações e procura por mercados, a primeira unidade internacional da DrogaVet deve abrir as portas no primeiro semestre de 2020, em Portugal, com dois sócios: um brasileiro e um português.
A rede de franquias trabalha com manipulação de remédios para animais de estimação. Foi fundada em 2004 e entrou para o sistema de franquia três anos depois. Pigatto comenta que deve fechar o ano com 50 unidades em funcionamento.Ele revela que o processo de internacionalização não tem sido fácil. Além de toda a burocracia que envolve a expansão de uma marca brasileira para o exterior, a DrogaVet precisa se adequar à regulamentações regionais de saúde veterinária.
Como se trata de um negócio pouco abrangente ou até inexplorado em muitos países, precisa também apresentar o conceito para públicos e até profissionais que possivelmente nunca tenham ouvido falar disso. “O segundo grande desafio é o ingresso nesses mercados com bons parceiros, bons franqueados. Afinal, é uma exposição da marca em um país diferente.”
Não é só traduzir
Todo o processo da franquia é guiado por manuais, e a tradução de cada um deles exige investimento e cuidado com o mercado destino. Ele disse ainda não saber se a marca vai usar o mesmo nome no exterior, mas deve manter o mais próximo possível.
Os Estados Unidos já estão sendo mapeados pela franquia, mas, segundo o empreendedor, cada estado tem uma legislação diferente, o que dificulta ainda mais a entrada no mercado.
Franqueados internacionais podem se tornar máster-franqueados
Para o ano que vem, além de Portugal, o Paraguai deve receber uma nova unidade. A proximidade é um dos principais critérios.
Os franqueados serão empreendedores locais que poderão eventualmente se tornar máster-franqueados, com permissão para comercializar a marca no território. O prazo de teste será de 48 meses.
O investimento previsto para uma unidade internacional gira entre U$S 100 mil e US$ 150 mil, já prevendo equipamentos, taxa de franquia, treinamento e capital de giro. “A ideia nos próximos cinco anos é alcançar cem unidades e dobrar o tamanho da rede. Isso inclui as unidades fora do Brasil. Se eu conseguir ter duas internacionais no ano que vem, estou bem contente. Dentro dos próximos cinco anos, devemos ter 10 unidades em outros países.”
De acordo com a Associação Brasileira de Franchising (ABF), o número de franquias brasileiras com operação em outros países passou de 65, em 2010, para 142 em 2018, um salto de 118%.
Fonte: PEGN