Quando surgiu, no início dos anos 2000, o Dotz era uma moeda virtual focada em sites de comércio eletrônico. O estouro da bolha de internet e a crise que veio a seguir fez com que aos poucos a sua estratégia fosse revista.
O programa de fidelidade voltou, então, sua energia para o varejo tradicional e ganhou tração a partir de 2009, quando a canadense LoyaltyOne comprou uma fatia da empresa.
Hoje, o Dotz conta com 18 milhões de pessoas cadastradas ao seu programa de fidelidade e está em 13 regiões metropolitanas. Seus planos são de chegar a mais três praças em 2016 – Salvador, Aracaju e Porto Alegre. No ano passado, estreou no Rio de Janeiro, onde já conta com mais de 1,2 milhão de pessoas.
O crescimento acelerado dos últimos anos foi alicerçado pelo varejo, tanto que seus dois principais concorrentes, o Smiles, controlado pelos donos da Gol, e o Mutiplus, dos herdeiros da TAM, nunca conseguiram avançar de forma consistente nessa área
Mas com a crise pelo qual passa o varejo físico, a Dotz resolveu voltar às origens e turbinar o Shopping Dotz, um e-marketplace que vende produtos dos parceiros da empresa, semelhante ao que faz o gigante chinês Alibaba.
No ano passado, o Shopping Dotz movimentou R$ 300 milhões para os parceiros. “Neste ano, a meta é dobrar o resultado”, diz Roberto Chade, presidente da Dotz.
Para isso, a Dotz está também aumentando os investimentos no e-marketplace. Neste ano, 160 novas lojas estrearam na plataforma virtual.
São nomes de peso do comércio eletrônico tradicional, como Lojas Renner, C&A, Casas Bahia, O Boticário, Extra.com e PontoFrio.com.
Pelo modelo de e-marketplace, a empresa funciona como um vitrine para as lojas online e só ganha uma comissão de acordo com as vendas que são realizadas pelo shopping virtual.
É fácil de entender a aposta no varejo virtual da Dotz. Em 2015, as vendas do comércio eletrônico somaram R$ 41,3 bilhões no Brasil, um crescimento de 15%, segundo a consultoria e-bit.
Neste ano, a previsão da e-bit é de uma desaceleração na expansão das vendas online. Ainda assim, a estimativa é que o e-commerce cresça 8%, atingindo R$ 44,6 bilhões.
Trate-se de um desempenho muito superior ao varejo tradicional. Em 2015, as vendas no varejo brasileiro registraram em 2015 sua maior queda histórica. As vendas caíram 4,3% sobre 2014, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Foi o primeiro resultado negativo desde 2003, influenciado por perdas em segmentos importantes como móveis, eletrodomésticos e combustíveis.
O comércio eletrônico também complementa a estratégia da Dotz, que conta com âncoras para acumular dotz e trocar prêmios supermercados regionais.