Por Helena Benfica | Passado o período de foco mais consistente na melhoria dos indicadores operacionais, a Guararapes, dona da Riachuelo, disse que os resultados do terceiro trimestre abrem uma porta para a retomada da expansão da companhia.
“Atingimos uma estrutura de capital que nos permite voltar a investir em abertura e reforma de lojas”, disse o presidente, Andre Farber, em teleconferência com analistas nesta quinta-feira (7).
De julho a setembro, a empresa registrou um lucro líquido de R$ 45,1 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 70,7 milhões reportado no mesmo período do ano anterior.
O resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) somou R$ 332 milhões, alta anual de 86%. A margem Ebitda também avançou, de 8,5% para 14,4%.
Nos nove meses encerrados em setembro, a confecção já produziu 40% a mais de volume em relação ao ano passado, disse Farber, e a expectativa para o fim do ano, que tende a ser uma das épocas mais positivas para o varejo, segue positiva. “Estamos com 30% a 40% dos estoques renovados e chegamos bem preparados”, disse.
Para seguir nessa toada, a empresa vai continuar priorizando a gestão mais eficiente de categorias; a reatividade da cadeia – avançando na integração da fábrica com as lojas; a melhoria da experiência dos clientes e a gestão de preços e descontos.
“Hoje as remarcações de preço são feitas de forma macro e queremos que sejam mais individualizadas”, disse Farber.
Outra frente importante para a Guararapes é a Midway Financeira, que tem apresentado melhoras sequenciais nos indicadores operacionais.
No terceiro trimestre, houve redução de 20,1% na provisão para perdas de créditos das operações de cartões e empréstimo pessoal, totalizando R$ 275,3 milhões.
“Mudamos bastante o perfil dos clientes nos últimos dois anos”, disse Francisco Santos, executivo à frente da Midway. “A carteira com atraso mais longo é menos representativa, por exemplo. Com esse nível mais ajustado, estamos fazendo o resultado subir aos poucos”, concluiu.
Segundo Santos, isso dá mais tranquilidade para que a financeira opere “com menos solavancos”, especialmente em momentos de juros mais elevados e câmbio instável.
Para os próximos meses, o foco da companhia segue sendo a melhoria do desempenho operacional, deixando a operação cada mais leve, disse Miguel Cafruni, diretor financeiro e de relações com investidores.
Sobre o endividamento, Cafruni afirmou que ele continuará sendo reduzido, “com potencial de retomada de caixa líquido no fim de 2025”.
A empresa já pagou mais de R$ 1 bilhão em dívidas nos últimos meses, segundo o diretor financeiro. Apenas em setembro, foi realizado um pagamento de R$ 500 milhões, mas sem colocar em risco a liquidez, disse Cafruni.
No terceiro trimestre, a dívida líquida da companhia caiu de R$ 904,7 milhões para R$ 869,7 milhões, fazendo com que a alavancagem, medida pela relação da dívida líquida sobre Ebitda, ficasse em 0,6 vez, ante o patamar anterior de 0,7 vez.
Fonte: Valor Econômico