Ssegundo o Painel Comportamental do Consumo de Materiais de Construção, em 2015, 37,1% dos entrevistados alegaram não terem utilizado seus smartphones/tablets no ponto de venda para apoio durante as compras. Em 2016, esse número caiu para 28,3%.
A conclusão lógica é que os dispositivos móveis estão ganhando relevância como ferramenta para consultas de informações diversas, comparações de características, preços e condições de pagamento dentro das lojas, para que, melhor informados, esses consumidores possam negociar com os vendedores.
Desta maneira, o mercado segue alinhado com o desenvolvimento da curva de aprendizagem do uso destes dispositivos, pois, segundo os dados mais recentes do relatório Webshoppers da Ebit, houve um crescimento das transações online por meio de smartphones/tablets, passando de 12% do total das transações, em 2015, para 21,5%, em 2016.
No entanto, no segmento de materiais de construção, que se encontra num estágio inicial no que diz respeito às compras em e-commerces e, principalmente, em m-commerces, o amadurecimento tem ocorrido muito mais por meio do uso da internet como apoio, do que como, propriamente dito, para efetivação das transações.
Mas, considerando este gap em relação a outros mercados mais amadurecidos, de que maneira, então, os dispositivos móveis tem sido utilizados nas lojas físicas, no momento da compra dos materiais de construção que serão usados numa obra residencial?
Ainda segundo o painel, em 2015, 37,5% dos 798 entrevistados que realizaram uma grande reforma residencial utilizaram os dispositivos móveis para fotografar produtos e enviar para outras pessoas darem opiniões. Em 2016, esse tipo de utilização caiu para 29,5%.
Estranho! Falamos acima que os aparelhos móveis haviam ganhado relevância como ferramenta para consultas de informações diversas, comparações de características, preços e condições de pagamento, e apresentamos dados que mostram justamente o contrário?
Não é bem assim.
Em 2015, 29,1% nos disseram que utilizaram os dispositivos móveis para comparar preços de produtos, negociar e comprar no mesmo momento e na mesma loja física. Em 2016, esse tipo de utilização subiu para 41,1%. Um crescimento de 41,2%.
Já a utilização para comparar preços de produtos e comprar em outro momento, em outra loja física passou de 22,2%, em 2015, para 35,3%, em 2016. Um crescimento de 59%.
Ficando apenas nestes três aspectos comportamentais, é possível inferirmos que os consumidores amadureceram de um ano para o outro em relação ao uso dos dispositivos móveis no ponto de venda, passando, predominantemente, para uma utilização objetiva e pragmática, visando não mais buscar uma segunda opinião, mas sim, já de posse de melhores informações negociarem com os vendedores das lojas de materiais de construção.
Também é possível afirmarmos que, embora a maior parte o faça na própria loja em que esta, o percentual de crescimento dos consumidores que de posse destas informações saíram dela e foram para outra loja é significativamente maior.
O fato é que, partindo do princípio que estes consumidores não encontraram na loja em que estavam apoio necessário para efetivar as compras e, talvez, por isso, tenham se locomovido e comprado em outra loja e retomando a conclusão do artigo “Quanto Pagar a Mais numa Loja de Materiais de Construção?”, as transformações tecnológicas e o amadurecimento do uso dos meios digitais pelos consumidores passam, paralelamente, pelo treinamento, desenvolvimento e engajamento das equipes de vendas, sob o risco de gerarem atritos e perdas de clientes.
Também fica no ar uma questão relacionada diretamente aos fornecedores: o quão responsivos estão seus sites para smartphones e tablets, ou, ainda, como estão seus sites mobile?
O sistema de compartilhamento de inteligência de mercado é cogerido por Leroy Merlin, Eucatex, Pincéis Atlas e Votorantim Cimentos, empresas empenhadas em melhor entender o segmento, contribuindo para sua profissionalização e desenvolvimento.
Fonte: DataMkt