Enquanto muitas empresas têm freado investimentos em função da crise, o Dia continua inaugurando lojas e avançando em novas regiões. É o caso do Estado do Rio de Janeiro, onde começou a atuar no final de 2016. A varejista fechou o ano passado com pouco mais de 120 novas filiais e um faturamento de R$ 7,2 bilhões. Isso representa uma alta real de 7,1% em relação a 2015. “Não vamos parar, pois há uma meta clara de alcançar a liderança no País”, diz Laurent Elizabeth, vice-presidente comercial e de marketing do Dia no Brasil em entrevista à SM.
Segundo o executivo, a visão da companhia vai além da crise. “Investiremos em 2017 da mesma forma que no ano passado”, diz o executivo. Elizabeth explica que o Dia se beneficia da crise. “Trabalhamos com um sistema que oferece melhor preço e boa qualidade. É isso o que o público busca e esse é nosso objetivo principal”. Para conseguir preços baixos, a rede conta com vários mecanismos:
• Maior eficiência para operar com custos mais baixos
• Forte presença de marca própria nas lojas, pois oferecem margens maiores para o negócio
• Mix limitado, que confere maior poder de compra com os fornecedores
• Cadeia de suply chain ajustada, que também permite diluir despesas e operar com estoques mais enxutos
Contramão do mercado
Para o vice-presidente comercial, a estratégia da rede, muitas vezes, anda na contramão do que é praticado no mercado. “Temos um DNA a ser seguido”, explica. Ele lembra que, quando o Dia chegou ao Brasil, em 2001, dizia-se que o sistema de franquia não funcionaria. “Preferimos focar em nossa experiência e conhecimento e trabalhar duro. Passados 16 anos, estamos entre as cinco maiores empresas do setor no País”, comemora. Segundo o Ranking de SM de 2017, a rede só perde para Carrefour, GPA, Walmart e Cencosud – nesta ordem.
O mercado também não acreditava no sucesso de sua marca própria. “Acreditava-se que era impossível vender esses produtos aos brasileiros, mas mostramos o contrário. Agora todos nos copiam”, observa Elizabeth. De acordo com o executivo, a expertise do Grupo, fundado há mais de 30 anos na Espanha, foi importante para o sucesso no Brasil.
Concorrentes grandes e pequenos
O respeito aos concorrentes também é uma prática importante do Dia. “Respeitamos inclusive os pequenos e regionais. Eles são mais eficientes do que os grandes. Além disso, muitos são nossos parceiros, já que se tornaram franqueados”, lembra Laurent. Ele acrescenta que se tratam de empresas que conhecem bem a região e o público. “Oferecemos a elas nossa força em marketing, sistemas e know-how para crescer conosco”, explica.
O sistema de franquia também contribui para entender melhor o mercado brasileiro. “Focamos uma região por vez. Só depois de entendê-la e registrar crescimento, avançamos para outro Estado. O Brasil é complexo por conta das muitas culturas regionais”, conclui o VP do Dia.
Fonte: Supermercado Moderno