A estratégia também é uma forma de fazer frente a outras gigantes do setor como as americanas FedEx Logistics e UPS, concorrentes globais que também atuam no Brasil
Por Daniela Braun
Sob novo comando desde a virada do ano, a operação brasileira da DHL Supply Chain, braço de armazenagem e distribuição da alemã DHL, planeja investir R$ 800 milhões na construção de armazéns próprios, na eletrificação de sua frota de veículos e em tecnologia, incluindo automação e robôs, até o final de 2025.
“Ter o próprio espaço traz uma relação custo-benefício mais competitiva, com um edifício mais eficiente, do ponto de vista operacional e sustentável, em uma localização estratégica”, diz Plínio Pereira, presidente da empresa desde 1º de janeiro.
A estratégia também é uma forma de fazer frente a outras gigantes do setor como as americanas FedEx Logistics e UPS, concorrentes globais que também atuam no Brasil.
A onda de demissões em multinacionais nos Estados Unidos e na Europa chegou ao setor de logística. Nesta quarta-feira a matriz da FedEx anunciou o corte de 10% das equipes de diretores e executivos. Mas o presidente da subsidiária brasileira da DHL Supply Chain, atualmente com 17 mil colaboradores locais, diz que a empresa segue contratando por aqui. “O quadro de funcionários aumentou bastante nos últimos cinco anos, quando tínhamos metade da equipe no Brasil”, afirmou.
A primeira operação construída do zero pela DHL Supply Chain será um hub logístico localizado em um terreno de 300 mil metros quadrados às margens da rodovia Anhanguera em Jundiaí (SP), anunciou a empresa em novembro. O espaço, que será inaugurado em 2025, terá dois armazéns com um total de 137 mil m2 de área construída.
Segundo Pereira, a empresa tem interesse em erguer mais espaços de armazenagem. “Estamos avaliando oportunidades em Minas Gerais, Espírito Santo, Santa Catarina e Goiânia”, disse.
Atualmente, a DHL administra 1.300 metros quadrados de armazenagem em espaços alugados e operações de clientes. Faz parte do plano ampliar esta área para 1.500 metros quadrados neste ano.
“Investir em uma operação imobiliária própria é algo novo para nós”, diz o executivo. Segundo estimativa da empresa, os ativos imobiliários associados à cadeia logística representam até 50% do investimento total em instalações de armazenagem e distribuição.
Com 15 anos de casa, Pereira assumiu o comando da DHL Supply Chain no lugar de Maurício Barros, que assumiu o cargo de vice-presidente sênior global da companhia, após cinco anos presidindo a operação local.
Atualmente, a companhia atende a 200 empresas no Brasil com foco nos segmentos automotivo, de bens de consumo, tecnologia, saúde, energia e manufatura e químico, bem como varejo on-line e lojas físicas.
Segundo Pereira, reduzir custos sempre foi um desafio para os clientes de serviços logísticos. “Agora as indústrias vêm passando pelo desafio do posicionamento de estoque que se reflete diretamente na equação de custo, qualidade e tempo de atendimento”, observa.
Ainda neste primeiro semestre, a empresa pretende lançar um serviço de logística completa para vendas on-line. “Muitos nichos ainda apresentam grandes possibilidades, sem contar o potencial sinérgico de consolidação nas entregas e pontos avançados de armazenagem”, diz o presidente da empresa.
O investimento programado para os próximos dois anos ainda contempla o aumento da frota atual de 80 veículos elétricos para cerca de 120 ao longo deste ano. Atualmente, os veículos elétricos representam cerca de 20% da frota própria.
Assim como as construções de armazéns sustentáveis, a expansão da frota elétrica da DHL faz parte da meta de redução de emissões de carbono da empresa em 50% até 2030.
A DHL Supply Chain é uma das seis empresas do conglomerado alemão de serviços postais e entregas expressas Deutsche Post DHL Group. No terceiro trimestre fiscal de 2022, o grupo DHL apresentou uma receita global de R$ 132,9 bilhões (24 bilhões de euros), alta de 20% sobre o resultado apresentado um ano antes. No mesmo período, o lucro líquido de R$ 7,2 bilhões (1,3 bilhão de euros) avançou 14,5%.
Em novembro, a empresa elevou sua projeção de lucro antes de juros e tributos (Ebit, na sigla em inglês) para o ano fiscal de 2022 de R$ 44,3 bilhões (8 bilhões de euros) para R$ 46,5 bilhões (8,4 bilhões de euros).
Fonte: Valor Econômico