As pessoas também cortaram despesas com viagens e roupas e gastaram mais com educação e decoração na pandemia
Por Julia Lewgoy
A demanda por aplicativos de entrega de comida superou o hábito de cozinhar em casa pela primeira vez em São Paulo, apontou um estudo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
Seis em cada dez paulistas afirmam que estão pedindo refeições por delivery com mais frequência do que antes da pandemia, ante metade em outubro de 2020. Na contramão, 64% deles dizem que preparam os alimentos em casa com mais frequência do que faziam até a chegada do covid-19. No passado, a taxa era de 72%.
Em casa, as pessoas passaram a usar os aplicativos para consumo com mais frequência, conforme a FecomercioSP. Além disso, com a rotina doméstica mais organizada, o hábito de cozinhar em casa perdeu a força que tinha no início da quarentena, explica a entidade.
O levantamento também mostrou que nove em cada dez pessoas de São Paulo afirmam que, por causa da crise de coronavírus, alteraram os padrões de consumo. Em outubro do ano passado, 72% dos paulistas apontavam ter mudado os hábitos de compras.
A alta é explicada pelo agravamento da pandemia no primeiro trimestre deste ano, que adiou a esperada retomada econômica do Brasil, de acordo com a FecomercioSP. Com a queda nas taxas de emprego e o aumento do custo de vida, as pessoas estão evitando arriscar o orçamento, sobretudo com itens não essenciais.
Corte de viagens e roupas, gastos com educação e decoração
Sete em cada dez entrevistados dizem ter cortado gastos com viagens turísticas durante a pandemia – mais do que o dobro do registrado em outubro de 2020 (30%). Já 64% deles estão consumindo menos em lojas de roupas e calçados, um aumento em relação ao ano passado (42%).
Por outro lado, a pesquisa mostra que os paulistas ajustaram as ordens de prioridade, passando a gastar mais com educação (apenas 5% dos entrevistados cortaram esse tipo de gasto, ante 10% em 2020) e com artigos do lar (3,9% hoje e 6,8% no ano passado). As pessoas investiram em cursos que podem ser feitos à distância e na adaptação da casa durante o isolamento.
Fonte: Valor Investe