Por muitos anos, desde a inauguração da primeira unidade no país, na década de 1960, os shoppings centers concentraram as atenções dos consumidores nos grandes centros urbanos brasileiros por reunirem em um só local uma ampla variedade de lojas e restaurantes, entre outros serviços diversos.
No entanto, esse cenário mudou nos últimos anos, em meio a fatores como a popularização da Internet e a consolidação do e-commerce. Mais recentemente, esses mundos até então distantes passaram a ficar mais próximos por meio de uma plataforma aberta chamada Delivery Center.
Criado pelo gaúcho Andreas Blazoudakis, que também atua como CEO, o serviço tem a proposta de integrar as lojas e estabelecimentos dos shoppings às plataformas digitais, funcionando como uma espécie de hub para entregas rápidas – feitas em até uma hora.
“O shopping era o pior lugar para o delivery e agora virou o melhor”, afirma o executivo, que possui um total de 17 startups no currículo, incluindo o unicórnio Movile e o aplicativo infantil PlayKids.
A estrutura necessária para o funcionamento do Delivery Center em um shopping, que é chamada de central de delivery, leva cerca de 60 dias para ser instalada. É lá que os entregadores retiram diretamente os pedidos recebidos pela plataforma, uma forma de trazer mais segurança e rapidez para a operação, aponta Blazoudakis.
As operações foram iniciadas no fim de 2016, após uma viagem do executivo à China, mas a primeira entrega aconteceu apenas em janeiro de 2018, em Porto Alegre, sua cidade natal. Esse intervalo, explica ele, aconteceu porque a ideia era organizar a estrutura antes de a plataforma realmente existir.
E os benefícios já podem ser sentidos, conforme a empresa, que destaca que neste primeiro ano no mercado foi registrado um aumento médio de 17% nas vendas nas praças de alimentação e de 1,3% nas vendas dos shoppings como um todo nos locais em que opera.
Desde então, a expansão vem acontecendo de forma rápida. No momento, o Delivery Center possui 18 unidades, divididas entre São Paulo (4), Rio de Janeiro (11) e Porto Alegre (3). O plano é chegar a mais três capitais ainda neste ano (Brasília, Belo Horizonte e Curitiba) e alcançar a marca de 200 unidades pelo Brasil até 2021.
Apesar de a alimentação ter sido a porta de entrada, com direito à integração com apps como Rappi, Uber Eats e iFood para os pedidos feitos em lojas localizadas em shoppings com centrais da Delivery Center, os planos da organização são mais amplos.
Superaplicativo
Tanto que o Delivery Center lançou no final do ano passado o seu próprio aplicativo – ou superaplicativo – chamado de DTudo, em referência à variedade de produtos que os consumidores podem comprar pela solução.
Para além de pedidos de comida, o app, já disponível na capital carioca, também permite a compra de produtos de mercados e de bens de consumo disponíveis nos shoppings cadastrados – e, no futuro, serão adicionadas mais categorias de produtos.
De acordo com Blazoudakis, o mercado assiste atualmente a uma espécie de “batalha” entre os aplicativos de diferentes setores pelo chamado login único (ou single sign-on), que permite ao usuário fazer pagamentos com apenas um clique.
E os planos da companhia, que recebeu recentemente um investimento de 12 milhões de reais da rede de shoppings Multiplan, são direcionados neste sentido, uma vez que o objetivo é que os bens superem os alimentos, com 60% para 40%, até 2021.
Fonte: Computerworld