Julio Takano, membro fundador e presidente da Abiesv, descreve o momento atual do varejo nacional, após o ciclo eufórico da ‘década de ouro’ do segmento. Entenda na Pílula do Varejo desta semana
Vivemos nos últimos dez anos a chamada ‘década de ouro do varejo’ onde a nova classe C (54% da população brasileira) pode vivenciar o acesso aos bens de consumo e ter sua qualidade de vida melhorada sensivelmente, assim os consumidores de tornaram mais informados e exigentes.
Atualmente vivemos um novo cenário, estamos iniciando “A década da reinvenção do varejo” e tudo que aprendemos até agora será posto à prova pelos consumidores.
O varejista quer saber ‘como promover uma experiência de compra relevante e fechar a conta no final do mês?’. A indústria se pergunta ‘onde estão os melhores canais de distribuição, uma vez que o consumidor não conhece 10% do portfólio dos produtos e soluções desenvolvidos pela indústria?’.
Este momento é perfeito para iniciar um trabalho de integração de conhecimento de varejo, para criar varejos que sejam os melhores canais de distribuição dos produtos e serviços das indústrias. Idealmente os passos que vou discorrer abaixo devem ser revisitados integralmente a cada 5 anos.
Primeiramente devemos rever o Branding, investigar todos os pontos de contados da marca com os consumidores, e através do ‘design thinking’ poderemos mensurar as oportunidades para atender os anseios dos consumidores.
Passamos ao Planejamento Estratégico onde será planificado como cristalizar o Posicionamento e Proposta de Valor da Marca, Marketing e Comunicação, Estratégia de Sortimento e Gestão de Categorias, Precificação, Capital Humano e Modelos de Gestão, Cadeia de Suprimento e Logística, Processos, Tecnologia e Ativação Digital, Estratégia de Canais, Localização e Expansão Geodemográfica.
Com este manancial de informações podemos estar seguros de desenvolver um projeto Conceito de Reposicionamento Estratégico que irá ter uma visão holística sobre o negócio, e promoverá a cristalização da estratégia comercial criada, assim este projeto deve integrar as disciplinas de Arquitetura de Varejo, Visual Merchandising, Comunicação Visual e Design de Equipamentos.
O grande risco de um projeto desta envergadura é no momento da implantação, onde o varejista não dispõe de equipe para promover a implantação do projeto, por isso uma gestão de apoio à implementação é tão importante “Hands On“, todos colocam a mão na massa para implantar e acompanhar os resultados permitindo através de KPI’s (índices de performance da loja) mensurar, corrigir e melhorar as estratégias, antes de replicar o modelo.
Assim as três perguntas acima têm uma interligação incrível, o varejista conseguirá promover na loja física e na loja digital uma fusão promovendo a loja ‘FIGITAL’, atendendo e integrando os multicanais de contato dos consumidores modernos, promovendo uma experiência de compra relevante, modular e flexível, replicável, comercialmente adequada, aconchegante e focada nos anseios dos consumidores e que ficará gravada na memória afetiva.
A indústria terá encontrado seu canal de distribuição através deste varejista que se reposiciona, hipervaloriza e aumenta a percepção do portfólio de produtos e serviços.
Tudo isso pode ser feito em nove meses, mas alguns nascem prematuros.
Sucesso a todos e que venham as grandes oportunidades!
Fonte: ABIESV