Um novo relatório da Euromonitor, escrito por Michael Schaefer, diretor global de alimentos e bebidas da Euromonitor Internacional, detalha o futuro e as oportunidades desse tipo de operação.
As vendas de delivery de alimentos mais do que dobraram globalmente, entre 2014 e 2019, antes mesmo da pandemia. Com esse crescimento, surgiram cozinhas voltadas apenas para delivery. Algumas marcas já operavam com espaços físicos, mas novos restaurantes surgiram voltados apenas para delivery, sem nunca ter um salão para atendimento presencial.
Segundo a Euromonitor, as cozinhas invisíveis podem criar uma oportunidade de mercado de 1 trilhão de dólares em todo o mundo até 2030. Cerca de 52% dos consumidores estão confortáveis em pedir uma refeição de um restaurante que opera apenas com delivery, sem nenhuma operação física para atendimento aos clientes.
A Euromonitor detalha ainda que existe uma distinção entre cozinhas fantasma e virtuais. As cozinhas fantasma são aquelas voltadas para delivery, sem a possibilidade de atendimento presencial. Já as virtuais são dedicadas a marcas que existem apenas na internet, com sites próprios ou parcerias com empresas de delivery.
A fatia de delivery no setor de restaurantes é cada vez maior. No ano passado, a alimentação no salão do restaurante foi responsável por 80% das vendas na China e no Brasil, 70% na Índia e 50% nos Estados Unidos.
As cozinhas invisíveis podem diminuir consideravelmente os custos dos restaurantes. Em apenas um copo de café com leite da rede Starbucks, 60% dos custos são referentes ao aluguel e a pagamento de funcionários.
O desenvolvimento do mercado de delivery pode abocanhar 50% do mercado de drive-thru, 50% do mercado de comida para viagem e 35% das refeições prontas. Também pode ter uma participação de 30% no mercado de vendas de ingredientes prontos para receitas.
Apenas na China existem mais de 7.500 cozinhas invisíveis, o maior mercado entre os pesquisados pela Euromonitor. Nos Estados Unidos são 1.500, na Índia mais de 3.500 e no Reino Unido 750. Esses restaurantes atuam com aplicativos e sites próprios ou com agregadores de delivery, como Rappi, iFood e Uber Eats.
Além da entrega de alimentos, as cozinhas fantasma também podem servir como locais de produção de conteúdo, com parcerias com empresas de mídia, como a Tastemade, por exemplo. Outra mudança deve ser no mercado imobiliário – sem o espaço de salão nos restaurantes, haverá mais espaço para outras atividades e serviços.
Fonte: Exame