Com mais de 7,7 milhões de clientes ativos, empresa acredita que expansão dos negócios é sustentável, pela digitalização do comportamento de consumo
Por Carolina Unzelte
O Dafiti Group, conglomerado de ecommerce de moda que inclui Dafiti, Kanui e Tricae, registrou crescimento de 31% na base ativa de clientes no 4º trimestre de 2020, na comparação com o mesmo período de 2019. Com mais de 7,7 milhões de clientes ativos, o CEO Philipp Povel acredita que a alta é sustentável. “Estamos em um ponto de inflexão, veremos uma mudança de patamar no futuro”, diz. “Os clientes vão voltar ao digital pois enxergam uma proposta de valor muito grande”.
Segundo ele, na Dafiti, a proposta de valor passa por entregar uma experiência completa, do atendimento à entrega das compras. O investimento pesado em logística, de mais de R$ 300 milhões em dois anos, culminou na inauguração do maior centro de distribuição na América Latina, localizado na cidade de Extrema (MG), e na nova área, chamada DFTlog. Mas isso não desvia o foco do core business, garante Povel.
“A gente não conseguiria atender nossos clientes simplesmente comprando e vendendo online”, afirma. “Queremos investir muito mais no last mile, nessa experiência”. Isso significa não necessariamente a criação de uma frota, mas no rastreamento, coleta em casa e devoluções, diz Povel, para criar valor agregado — e não necessariamente reduzir custos ou tempo de entrega.
Com o LEAP, o novo centro de logística, a inovação também ganhou o foco das operações da Dafiti. Nele, as caixas são manipuladas por robôs, com 5 mil produtos sendo separados por hora — graças ao tamanho médio pequeno das compras. As rotas que os pacotes fazem no centro logístico são otimizadas por inteligência artificial e análise preditiva.
“Na Dafiti, a gente sempre acreditou em fazer as coisas por nós mesmos”, afirma Malte Huffman, co-fundador da Dafiti. Para ele, cuidar de todos os pilares, como marcas parceiras e sustentabilidade, também dá confiança ao grupo em relação ao crescimento de players asiáticos, como Shein e Shopee, na América Latina.
“O maior driver para o brasileiro em compra de moda é a conveniência em entrega, troca etc”, diz Huffman. O segundo é o portfólio de produtos de qualidade, seguido por fatores como a sustentabilidade e a diversidade das marcas. “Há obviamente o driver do preço e promoção, no qual esses players da China focam”, afirma. “Mas nosso forte é conveniência, assim como marcas, o que vai ao encontro do nosso consumidor”.
Fonte: Época Negócios