A alta de 0,1% do volume de vendas do varejo restrito (não inclui automóveis e material de construção) entre maio e junho, feitos os ajustes sazonais, reforça o cenário de que a economia entrou em uma fase de estabilização, na avaliação de Roque Pellizzaro, presidente do SPC Brasil. “As vendas seguem em patamar baixo, mas já se observa uma tendência de quedas cada vez menores em relação ao ano anterior, o que deve ser visto também ao longo dos próximos meses”, comenta Pellizzaro, em nota.
Em junho, as vendas restritas diminuíram 5,3% em relação a igual mês de 2015, depois de recuarem 6,9% e 9% em abril e maio, respectivamente. Já o comércio ampliado, que inclui, além dos oito segmentos pesquisados no restrito, os de automóveis e material de construção, encolheu 8,4% em igual comparação. Nos dois meses anteriores, as quedas foram de 9,2% e 10,2%. “Quando separamos os dados ligados à renda, como itens de supermercados, artigos de papelaria e roupas daqueles ligados a crédito, como móveis e eletrodomésticos, material de construção e veículos, o que se vê é que os primeiros caem em velocidade menor”, observa o presidente.
Segundo cálculos do SPC Brasil, as vendas de itens ligados à renda recuaram 7,5% no primeiro semestre do ano, em relação a igual período do ano passado, enquanto a atividade nos bens dependentes de crédito caiu 14,2%. “Percebe-se, portanto, que a melhora da confiança do consumidor observada a partir do segundo trimestre deste ano ainda não se traduziu em melhora nas vendas e em maior demanda por crédito. Este cenário já era esperado, uma vez que as variáveis reais têm uma defasagem em relação aos dados de expectativa”, afirmou Pellizzaro.