Por Redação | A inteligência artificial generativa, tecnologia que dá vida ao ChatGPT, já vem sendo testada por empresas como iFood e Bradesco no Brasil. Outro caso de adoção é do Grupo Soma, uma das maiores holdings de moda do país, dona de marcas como Animale e Farm. Dentro do laboratório de inovação SomaLabs, a empresa já desenvolveu uma série de iniciativas a partir da IA.
À Forbes Brasil, Alisson Calgaroto, diretor de tecnologia do Grupo Soma, explica que, nos últimos anos, a empresa avançou significativamente no uso das tecnologias de virtualização de produtos em 3D para toda a cadeia de valor e agora amplia essa digitalização com o uso de IA generativa.
“Plataforma de Live Commerce, algoritmos utilizando cálculos lógicos e estatísticos para automatização de processos, algoritmos preditivos que utilizam técnica de aprendizado de máquinas (machine learning), técnicas de ciência de dados e uso de inteligência artificial são só alguns exemplos”, explica Alisson.
Nos canais digitais, o Soma utiliza ferramentas de IA para aumentar o resultado de SEO, “otimizando as buscas de produtos pelos clientes com aumento da taxa de conversão”, exemplifica o executivo, reforçando, outros exemplos do avanço da digitalização na moda e a posição do Brasil neste contexto.
Forbes Brasil – Como o Grupo SOMA usa IA?
Alisson Calgaroto – Os membros da equipe da área de inovação, que estão mais envolvidos com desafios relacionados a dados, têm trabalhado com ferramentas de Inteligência Artificial (IA), Machine Learning e Big Data há aproximadamente quatro anos. As tecnologias são aplicadas para desenvolver soluções que proporcionem uma vantagem competitiva para as marcas. Neste ano, o grupo está aproveitando o crescimento notável do uso da IA e trabalhando em projetos que expandem a utilização desta tecnologia na empresa.
FB – No caso de IA generativa, como o ChatGPT, vocês já usam? Como enxergam essa aplicação?
Alisson – Já realizamos testes e vemos que a IA generativa pode auxiliar no processo criativo das equipes de designers e estilistas, a partir da combinação dos dados de produtos, estampas, modelagem e outras características de produtos best-sellers, sendo uma grande fonte de inspiração para os times criativos, reduzindo os processos operacionais e ampliando e facilitando a consulta do acervo. O objetivo é utilizar recursos da IA para ampliar a criatividade e proporcionar tempo de qualidade, diminuindo as etapas operacionais. Recentemente foram realizadas algumas experimentações junto aos times de estamparia do grupo para simular uma ferramenta de inspiração para os designers, capaz de entender a linguagem visual, a partir do banco de imagens, e propor novas estampas, ajudando na criação de novos produtos.
FB – Essas tecnologias podem revolucionar a moda?
Alisson – É uma tecnologia que já está trazendo muitos ganhos para a cadeia de valor da moda, automatizando processos operacionais, proporcionando mais velocidade e tempo de qualidade para os times utilizarem em atividades estratégicas, ampliando a criatividade com a facilidade de acesso às bases de dados e manipulação para prototipagem de produtos novos. O grupo entende que aumentar o tempo criativo de qualidade é uma grande alavanca para gerar desejo nas marcas, considerando principalmente o calendário apertado do negócio. Além disso, há também a melhoria na experiência de compra, que aumenta o conhecimento do cliente e possibilita mais precisão na previsão de tendências. O Soma acredita na combinação da tecnologia com a criatividade dos times, sem perder a originalidade das marcas.
FB – Como o Brasil está em termos de tecnologia e experimentação na moda?
Alisson – O Brasil tem acompanhado os avanços da tecnologia e da experimentação da inteligência artificial. Assim como no âmbito mundial, há espaços para o uso em larga escala. Contudo, o grupo acredita que os desafios enfrentados são similares aos de outros países, como a regulamentação do uso dos dados, a falta de profissionais especializados, disponibilidade e qualidade dos dados. No varejo de moda do Brasil, há muitas empresas utilizando a tecnologia e os dados como pilar importante da sua cadeia de valor em diferentes estágios de maturidade.
Fonte: Forbes
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