De um lado, a preocupação com os rumos da economia brasileira. De outro, a angústia em relação à transformação do setor, um dos menos atingidos pela revolução digital. É neste cenário que aconteceu na semana passada, na Arena Fonte Nova, a Super Bahia, maior evento do varejo de alimentos do estado. Apesar disso, segundo o presidente da Associação Baiana de Supermercados, Joel Feldman, não há motivos para depressão ou ansiedade. “Dados apontam que o setor supermercadista da Bahia deixou de cair e está estável há 10 meses. Isso é uma boa notícia”, garante. “Nos anos de crise, as pequenas e médias empresas – de um bairro periférico de Salvador ou de uma cidade do interior – tiveram que apertar os botões certos e melhorar a eficiência, e assim responderam melhor à crise que as grandes redes multinacionais, cresceram mais que as grandes redes. É uma oportunidade, a Bahia tem menos lojas regionais que estados como Minas, São Paulo ou Rio”, completa.
Futuro – Feldman afirma ainda que a transformação digital do setor supermercadista ainda dá os primeiros passos e que o modelo de negócio não vai mudar no curto ou médio prazos. “Na verdade, o consumidor está mais preparado para o mundo virtual que o varejo”, fala, completando: “mas a relação de consumo dentro da loja de supermercado vai permanecer. A dona de casa vai continuar comprando carne ou pão em lojas físicas”. No entanto, para ele a tendência é a de melhoria constante nos serviços, na qualidade dos produtos e no atendimento prestados aos clientes. “Foi com melhoria nessas áreas que o setor venceu a crise. Será assim que vai crescer no futuro”. Sobre o crescimento do setor, que na Bahia soma 15 mil pontos de vendas, o presidente da Abase disse que ele só ocorrerá quando o mercado de trabalho reagir, com a diminuição do desemprego e aumento da renda do trabalhador. Ele apontou também que o supermercado do futuro – o mais imediato – vai oferecer uma melhora na relação com os clientes, diminuindo atritos, a exemplo das filas para os caixas. “As lojas vão ter mais o self check out, que é o autosserviço para o pagamento das compras”, assegura.
Fonte: Correio da Bahia