A recuperação judicial das grandes livrarias não impediu que o mercado editorial fechasse 2018 com leve alta. Os números ainda não podem ser divulgados, mas houve um pequeno aumento, segundo Ismael Borges, líder do setor da Nielsen que mede as vendas.
“Houve crescimento, mas foi tímido em termos de faturamento, depois do desconto da inflação.”A Livraria Cultura pediu recuperação judicial em outubro do ano passado, e parte da sua dívida de R$ 285 milhões é com as editoras.
A Saraiva, com R$ 675 milhões a pagar aos credores, também entrou em recuperação, em novembro de 2018.
“Não fosse o problema das duas redes, teríamos tido um ano excepcional, com 10% de crescimento”, diz Tomas Pereira, sócio da Sextante.
O faturamento da editora foi estável no ano passado, de acordo com ele.
“O momento crucial desse mercado é o último bimestre. Àquela altura do ano, no entanto, não podíamos fornecer para as redes, que, somadas, representam 40% da vendas.”
As vendas de obras sobre gerenciamento e negócios tiveram alta de 200%. É um segmento que tem fatia grande de suas vendas em lojas digitais, segundo Borges, da Nielsen.
“A alta desse nicho compensou desempenhos negativos de outros ramos, como livros de concursos públicos, que caíram agressivamente.”
“A categoria de negócios sempre foi bem, mas nos últimos dois anos a base de leitores cresceu muito”, diz Pereira.
Fonte: Folha de S. Paulo