Varejista incentiva entrada de lojistas em seu marketplace, visa formalização do mercado e busca crescimento sustentável
Por Adriana Mattos
O Magazine Luiza lançou, em evento virtual nesta terça-feira, em São Paulo, uma campanha de incentivo a lojistas do marketplace (shopping virtual) e detalhou seu projeto de maquininhas de cartão da empresa, anunciado pelo comando na sexta-feira passada. A direção da companhia ainda saiu em defesa do modelo formal de venda on-line. A companhia promove o Expomagalu, que ocorre durante todo o dia, e é voltado principalmente para lojistas do marketplace.
“Aqui não é 25 de Março, não é camelódromo digital, não dá para crescer informalmente. Não existe crescimento sustentável na informalidade, isso é atalho. Uma hora vai ter batida da Receita Federal e da Polícia Federal, uma hora isso dá problema. Crescemos porque não fazemos gol de mão”, disse Frederico Trajano durante transmissão ao vivo a lojistas.
As iniciativas que o Magazine Luiza está apresentando hoje ao mercado — de lançamento de maquininhas de cartão e medidas de incentivos para os lojistas do marketplace — são “ações sustentáveis” e não pautadas apenas pelo ganho de mercado, disse o executivo. “Não damos frete grátis, por exemplo. As medidas que tomamos estão dentro de uma sustentabilidade no longo prazo”, afirmou durante a apresentação.
Sobre as maquininhas, são três modelos diferentes, o Magalu Pay Mini, o Magalu Pay Super e o Magalu Pay Smart. O primeiro modelo é o mais simples, e custará ao lojista R$ 199, o segundo, R$ 299 e o terceiro, R$ 499 (com funcionalidades de celular embutidos). No evento virtual hoje, as maquininhas estão com descontos — a empresa diz que já há um subsídio para chegarem a esse preço no mercado.
“Nossa estratégia foi lançar um terceiro modelo [de maquininha] mais avançado, desenvolvido pela Stoq, companhia adquirida em 2020 [e especializada em soluções para pequenos varejistas]. Nesse modelo, o lojista consegue gerir estoque e ter um melhor controle de suas vendas. A intenção é que mesmo lojistas que não são nossos parceiros [no marketplace] possam utilizar a máquina e isso seja uma porta de entrada para digitalizarmos mais lojistas no varejo em geral, e possamos trazer mais sellers [lojistas] para a plataforma”, disse Robson Dantas, responsável pelo braço de fintech do Magazine.
O Mercado Livre oferece diferentes tipos de maquininhas aos lojistas há alguns anos. A Americanas, com a carteira Ame Digital, não oferece esse equipamento.
Conta para empresas
O Magazine também está apresentando hoje a conta para pessoa jurídica, sem cobrança de anuidade, e com acesso a linhas de crédito que vem sendo, inicialmente, ofertadas aos lojistas desde o fim de 2020, com recursos levantados numa linha de FDIC da empresa.
Há também diferentes incentivos sendo apresentados hoje no evento, e relativos com o movimento de vendas na plataforma. A empresa deu alguns exemplos hoje: se o lojista atingir R$ 10 mil em vendas e superar em 30% a venda do mês anterior, a companhia dá desconto na taxa de comissão.
Se o lojista vender 60% a mais tem desconto de dois pontos percentuais na comissão. Essa taxa é um percentual fixo sobre venda, a depender do produto ou da categoria, e é uma prática de todo o mercado.
“As nossas medidas de incentivo estão atreladas a volume dentro na nossa plataforma, dentro de uma visão de parceria, de ‘ganha-ganha’. É inconsistente tomar medidas sem planejamento, sem racionalidade, só para atrair seller [lojsta]”, disse ele.
Trajano comentou a questão do atual ambiente econômico e político, com revisões de projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) pelos bancos.
“Nosso plano de investimentos continua porque temos uma visão de longo prazo e estamos com uma estrutura de caixa boa, equilibrada, fizemos um captação recentemente e temos R$ 10 bilhões em caixa líquido. Então não estamos preocupados com uma variação no cenário de um, dois meses”, disse ele.
Fonte: Valor Econômico