Pesquisa da SBVC mostra que, aos poucos, os consumidores retornam ao comércio não-essencial, mas o modelo não será o mesmo.
No primeiro semestre de 2020, o fluxo de visitantes no varejo caiu 75% nos shopping centers e 70% nas lojas físicas, em relação a igual período do ano passado. Mas, pesquisa da SBVC (Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo) detecta que, aos poucos, os consumidores retornam ao comércio não-essencial, como as lojas de moda. Estimulado pelo Dia dos Namorados, junho mostrou sinais de retomada, apesar de resultado bastante abaixo do que o exibido no ano passado.
Baseado nos dados da FX Retail Analytics, empresa especializada em monitoramento de fluxo para o varejo e parceira da SBVC na pesquisa, em abril não teve movimento nos shopping centers ou nas lojas físicas. Com algumas praças retomando as atividades de comércio, a partir de maio o movimento apareceu, embora incipiente. Os shopping centers brasileiros viram o fluxo de visitantes cair 91% em maio sobre igual mês de 2019. Em junho, na mesma comparação, o índice recuou 76%. Mas mostrou melhora em relação ao mês anterior.
No confronto com o ano passado, as lojas físicas de roupas enfrentaram queda de 53,18% no movimento em março. Recuo de 88,43% em maio e declínio de 76,51%, em junho.
COVID ENTERROU MODELO TRADICIONAL DE LOJA
“Para sustentar o novo varejo físico após a pandemia, os lojistas devem alterar seu modelo de atendimento ao consumidor, prestado pelos vendedores. Aquele modelo de loja que abre de manhã e fecha à noite esperando o cliente ir buscar produto morreu. Já vinha morrendo, o covid-19 só acelerou isso”, escreveu Eduardo Terra, presidente da SBVC, no relatório que trata dos resultados da pesquisa.
No entender dele, a loja física não pode ser passiva, esperando o cliente ir até ela. “Isso faz com que o papel dos vendedores mude. “Eles passam a usar a base de clientes para contatá-los ativamente, pelas redes sociais e pelo WhatsApp. Os vendedores precisam buscar o cliente fora da loja, interagir com eles no digital para levar para o físico. É uma maneira diferente de pensar o relacionamento com o consumidor”, completa Terra.
Fonte: GBL Jeans