No final do primeiro bimestre deste ano, tendo como referência fontes fidedignas, elaboramos o sell out de materiais de construção Brasil, por regiões, Unidades Federativas e seus consumos totais e per capta, sendo essas fontes: (1) a principal, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); (2) tendo como base Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) e Varese Retail.
O racional de cálculo e resultados detalhados foram compartilhados, então, com nossos clientes parceiros, e, tem embasado alguns trabalhos, a fim de expor o método e valores, testando-o, e, esperamos, ajustando-o no sentido de aprimorá-lo.
Em 2019, as vendas do comércio de materiais de construção (varejo e atacado) para consumidores finais foi de, aproximadamente, R$136,691 bilhões, ou, aproximadamente, 1,9% do PIB Brasil, de R$7.256,9 bilhões.
O sell out na região Sudeste é de, aproximadamente, R$72,271 bilhões, ou 52,87% do total; no Sul, R$23,290 bilhões, ou 17,04%; Nordeste, R$19,791 bilhões, ou 14,48%; Centro Oeste, R$13,698 bilhões, ou 10,02%, e, por fim, Norte, com R$7,637 bilhões, ou 5,59%.
Porém, em março, o País foi chacoalhado e colocado de cabeça para baixo pela pandemia e consequentes bruscas alterações e rupturas no mercado de consumo, seguidas por comportamentos atípicos, principalmente, devido às medidas fiscais e monetárias do Governo Federal.
Hoje, o cenário econômico está distorcido, e, particularmente, o consumo de materiais de construção, porém, ainda no intuito de organizá-lo – afinal, aquilo que não conseguimos medir, não conseguimos gerir –, em colaboração com nosso principal parceiro, a Best Forecast Marketing e Modelagem, num trabalho assinado pelo CEO, o estatístico Sergio Baratojo, tratamos estatisticamente a nova série histórica da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), a fim de projetar os desempenhos nominal e no volume de vendas do comércio de materiais de construção.
Obviamente, por ser este um trabalho inédito, estará sujeito aos esperados ajustes metodológicos, ainda mais se considerando a atual volatilidade, que desafia todo e qualquer modelo estatístico, que pressupõe uma estabilidade mínima para obtenção de resultados mais acertados.
De qualquer maneira, tendo como base os desempenhos mensais do comércio de materiais de construção, de janeiro de 2012 a junho de 2020 (chamamos de nova série histórica da PMC), sendo um cenário ideal, sem Covid-19, e, outro real, com Covid-19, estimamos que o mercado deverá perder, nominalmente (com inflação), em 2020, aproximadamente, R$5,468 bilhões em vendas não realizadas para o consumidor.
Essa projeção advém de uma perspectiva estatística traçada de janeiro de 2012 até fevereiro de 2020, no cenário sem Covid-19, com possível crescimento nominal de 1,7%, e outra, traçada de janeiro de 2012 até junho de 2020, portanto, com Covid-19, de decréscimo nominal de 2,3%, no comparativo ano de 2020 com 2019.
Esses percentuais serão depurados nos próximos relatórios, sendo que ao final do ano, também será possível depurar o método para maior segurança e robustez nas previsões para 2021.
De qualquer maneira, é muito provável que apesar da pandemia, o ano de 2020 será melhor do que os anos de 2015 e 2016, quando ocorreram quedas nominais de 3,9% e 8,4%, respectivamente.
Como vemos, nem mesmo a maior pandemia dos últimos 102 anos foi páreo para a Nova Matriz Econômica de Dilma Rousseff.
Fonte: Fundação de Dados