Opinião é de Ricardo Roldão, presidente do conselho do Roldão Atacadista, que compartilha algumas mudanças que acredita que possam ser feitas no formato
Por Redação
O atacarejo, antes voltado para transformadores, atualmente tem no consumidor a maior parte de seu público. Ricardo Roldão, presidente do conselho do Roldão Atacadista , exemplificou, durante evento pós-NRF promovido em São Paulo pela Gouvêa Experience, compartilhando a divisão em suas lojas. Hoje 65% das vendas são feitas no varejo e apenas 35% no atacado. Antigamente, a proporção era inversa, com transformadores representando 60% das vendas.
Diante desses dados, o executivo abordou duas questões que considera importante. Primeiro que, para receber esse consumidor, os atacarejos se adaptaram e passaram a oferecer serviços, o que encarece a operação, fazendo com que a diferença de preço hoje, em comparação com os supermercados, não seja tão relevante a ponto do formato perder clientes.
“Já vi até rotisserie. Não sei até que ponto corremos o risco de perder a característica, aumentar o custo e perder o sentido. Os produtos no atacarejo estão somente 6% em média mais baratos que no supermercado. O consumidor pode perceber isso e ir embora, havendo um reequilíbrio ou um novo canal para absorver esses clientes”, avaliou.
Para melhorar os preços, uma alternativa é a marca própria, recurso pouco utilizado nos atacarejos brasileiros, como acontece em clubes de compra como a Costco, nos Estados Unidos, que possui um formato semelhante às lojas de atacado e varejo que operam no Brasil. Por isso o Roldão está lançando a sua e pretende que ela alcance, em dois anos, 10% das vendas, uma estratégia que, mais que margens melhores, ajuda na competitividade e fidelização, segundo o executivo.
Outra questão, na opinião de Ricardo, é que no meio de tudo isso, com a loja preparada para receber o consumidor, o transformador acabou perdendo espaço. Em função disso, ele acredita que deveria haver uma divisão na loja, com maneiras diferentes de atender cada público. “O transformador acaba não se sentindo atendido”, destacou.
Fonte: S.A. Varejo