Durante a quarentena a conduta dos consumidores teve que ser alterada. Sem o funcionamento das lojas físicas, todos tiveram que se reinventar, e, consequentemente, houve um aumento nas vendas on-line e nas compras por delivery em empresas variadas, tendo em vista que até a forma de pagamento sofreu modificações para atender as necessidades do meio digital. O consumidor, por não puder sair de casa devido ao alto risco de contaminação, mudou seus seus hábitos e se adequou as ferramentas digitais, assim como muitos vendedores mudaram completamente sua rotina pra atender as demandas on-line. Segundo um estudo chamado “Novos hábitos digitais em tempos de Covid-19”, realizado pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) em parceria com a Toluna, a crise da Covid-19 fez com que a transformação digital do varejo se tornasse prioridade para poder manter os negócios em operação. Joelsa Lobo, conhecida como Jô, teve que sair do seu espaço de venda, uma lanchonete em frente de um colégio grande no Crato, por não conseguir manter o aluguel. Aos poucos transformou sua própria casa em um espaço de produção de alimentos e planejando entrega de delivery de comida da forma mais segura possível. Em abril vi que não teria como manter um ponto alugado, tive que fechar a lanchonete, levar todos equipamentos para minha casa. Nunca fui muito antenada em Internet mas não vi outra saída se não aderir ao novo modelo de mercado. Com ajuda da filha, jovem, e o compartilhamento de amigos hoje estamos lutando pela sobrevivência, longe da nossa rotina de vendas de antes da pandemia, porém uma nova vivência, conta Jô. Com a renovação do Decreto Estadual, Thais Cruz, dona de uma loja de artigos de festas em Barbalha, decidiu que não ia ficar parada e contratou uma empresa de delivery para poder atender suas demandas. A partir disso, começou a movimentar suas redes sociais com mais frequência e interagir com seu público e possíveis clientes. Pequenas coisas que passavam despercebidas no dia a dia corriqueiro da loja estamos, agora, colocando em prática; uma forma proporcionar uma melhor experiência ao cliente e com isso fidelizá-los. De início quase não tínhamos vendas, por sermos de um seguimento de festa, mas com o passar das semanas a procura vêm crescendo a cada dia. Nossos clientes não estão deixando passar em branco as datas comemorativas, festejando mesmo que dentro de casa ao lado do irmão(a), do parceiro(a), da mãe, do pai, gato, papagaio. Estamos passando por um momento delicado que se faz necessário cuidar da saúde e essa foi uma maneira de nos adaptarmos, de forma segura, ao novo mercado tentando levar alegria à casa de todos os nossos clientes. Espero que tudo isso passe para logo para podermos nos abraçar e festejar de uma forma mais aglomerada, completa Thais. É muito provável que mesmo na saída dessa crise, muitos dos hábitos de vender e comprar adquiridos na quarentena sejam mantidos, causando mudanças permanentes no comportamento de consumo. Joelsa afirma que é um recomeço. Quando tinha um ponto as pessoas chegavam na escola e sentiam a necessidade de comer, já agora tem que fazer uma boa propaganda. A concorrência é imensa, porque os pontos fixos, e até pessoas de outras áreas, estão com delivery. Estou reencontrando amigos e clientes nas redes sociais, é uma batalha diária, mas creio que é muito válido. A família está envolvida e é um segmento que pretendo manter, mesmo que volte a ter um ponto fixo, declara Jô.
Fonte: Badalo