Para efeito de comparação, em um trimestre, no caso de abril a junho, as vendas brutas foram de R$ 1,8 bilhão — alta de 33% sobre o ano anterior
Por Adriana Mattos
O grupo SBF, controlador da Centauro e da Fisia (distribuidora oficial da Nike no Brasil), estima que serão mais de R$ 250 milhões em vendas de itens da Copa do Mundo nos próximos meses, incluindo a operação dos dois negócios, disse hoje em teleconferência o comando da empresa. Essa venda deve ser dividida em meio a meio entre as operações.
Para efeito de comparação, em um trimestre, no caso de abril a junho, as vendas brutas foram de R$ 1,8 bilhão — alta de 33% sobre o ano anterior.
“Esperamos aumento de fluxo e vendas, já ocorrendo desde o Dia dos País, e como conseguimos antecipar a venda da camisa da seleção brasileira, isso também ajuda, e ainda aproveitamos um pouco Dia das Crianças e Natal, pós-Copa”, afirmou Pedro Zemel, presidente da companhia.
A empresa ainda citou questões relacionadas à rentabilidade, que caiu no segundo trimestre, e foi destaque negativo segundo relatório do Itaú BBA.
De acordo com a equipe de análise do banco, maiores despesas operacionais relacionadas à inflação, investimentos em marketing e tecnologia, bem como a migração da Fisia para uma operação de venda direta (nike.com.br e lojas de outlet), reduziram a margem de lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação em 2,9 pontos para 10,6%.
A margem bruta caiu 0,8 ponto para 45,8%.
Segundo o grupo disse hoje, na margem Ebitda houve efeito da migração para canais de venda direta e a desvalorização cambial foi negativo. As despesas operacionais subiram 41%, para R$ 515 milhões, acima do ritmo da receita.
Coleções ‘hedgeadas’
O diretor financeiro, José Salazar, mencionou nível de proteção cambial da operação, reforçando que as coleções de 2022 estão “hedgeadas” [protegidas], logo, uma alta em dólar não afetará preço.
“Toda a coleção está ‘hedgeada’ para 2022, então não vemos impacto de variação do câmbio a partir de agora. Obviamente isso está em níveis diferentes, com primeiro trimestre maior”, diz. “Para 2023, caso haja uma variação grande para cima ou para baixo, se for para baixo isso vai para margem bruta porque não vamos reduzir preço. E se for para cima podemos aumentar preço”, disse ele.
Fonte: Valor Econômico