O consumo nacional tem fôlego para atingir R$ 4,2 trilhões este ano, embora se iguale aos níveis de consumo de 2011 quando comparados com os valores sem considerar a inflação, mostra estudo IPC Maps. Serão gastos R$ 300 bilhões a mais que em 2016, indicando crescimento real estimado em 0,42%. O desembolso desses recursos nos 22 itens da economia permanece maior no interior dos Estados sobre as capitais, que melhoraram minimamente o seu perfil de consumo. Enquanto os 50 maiores municípios concentram mais de 40% de tudo que é consumido no País, a mobilidade nos extratos sociais está praticamente estagnada, com reflexos de queda no topo da pirâmide social (classes A e B) e estreitamento ainda mais acentuado nas classes menos favorecidas.
Itens básicos lideram o consumo
– Manutenção do lar: 26,7%
– Alimentação: 17,1% (sendo 11,9% no domicílio e 5,2% fora dele)
– Bebidas: 1,2%
– Transportes: 7,5% (sendo 4,7% com veículo próprio e transporte urbano 2,8%)
– Higiene Pessoal, Limpeza, Saúde e Medicamentos: 8,8%
– Vestuário e Calçados: 4,8%
– Materiais de Construção: 4,4%
– Recreação e viagens: 3,3%
– Eetrônicos-equipamentos: 2,3%
– Educação: 2,2%
– Móveis e Artigos do Lar: 1,9%
– Fumo: 0,6%
Interiorização continua
O fenômeno da interiorização no consumo que percorre o Brasil alcança 70,15% de tudo que será consumido pelos brasileiros em 2017, pouco acima de R$ 2,9 trilhões, já considerando o atual cenário de retração econômica nacional. O estudo mostra que esse fenômeno não é novo, e que vem se evidenciando desde 2015 quando a movimentação do consumo fora das Capitais bateu os 70%. Atualmente, resta às capitais estaduais pouco menos de 30,0% (próximo de R$ 1,3 trilhão), uma participação que por longos anos espelhava mais da metade do consumo nacional.
Classe B mais forte nas cidades
O IPC MPS 2017 indica que o cenário de consumo urbano do País será puxado pela classe B e que responde por 42,9% (cerca de R$ 1,674 trilhão superior ao registrado em 2016, de R$ 1,554 trilhão), com 23,1% dos domicílios urbanos. Em contrapartida, a classe média (classe C) que mantém os 47,9% dos domicílios brasileiros, movimenta 33,9% do consumo (ou R$ 1,324 trilhão) ante os 33,6% do ano passado. A classe D/E permanece abrigando 26,6% dos domicílios, perfazendo 10,3% do consumo, ou R$ 402,1 bilhões. No topo da pirâmide, a classe alta (A) baixou sua participação para 12,9 ante os 13,4% do consumo de 2016, correspondendo a R$ 503,6 bilhões, conquistado por 2,4% dos domicílios. Em termos globais, a área rural do País deve responder por um consumo da ordem de R$ 300 bilhões – contra os R$ 265,5 bilhões registrados em 2016.
Sudeste lidera entre as regiões
Os reflexos regionais mostram pequenos ajustes, mantendo praticamente os números do ano passado. A liderança no consumo é marcada pelo Sudeste registrando uma participação de 48,78% (pouco inferior aos 49,04% do ano passado). O mesmo ocorrendo com o Nordeste: 18,84% (contra os 19,03%) e o Centro-Oeste elevou para 8,51% o consumo que era de 8,4%. O Sul alcançou 17,94% (onde eram 17,58%), e o Norte do País registra 5,93% ante os quase 6% alcançados em 2016.
O Estudo
Esta análise é resultado da compilação dos dados de potencial de consumo dos municípios do Interior dos Estados, em comparação com o consumo nas Capitais, usando informações do IPC Maps entre 2016 e 2017, feito pela empresa especializada em informações de mercado, a IPC Marketing Editora.
Fonte: Supermercado Moderno