O mercado de produtos vegetarianos e veganos é uma boa oportunidade para os pequenos e médios empresários, já que ainda não atraiu muito interesse das grandes empresas, diz Juliana Berbert, consultora do Sebrae.
“É um nicho que se favorece da produção mais artesanal das companhias menores. Para os pequenos que investem no setor, há espaço para a marca se consolidar no mercado.”
Entre as gigantes dos setores de alimentos, vestuário e cosméticos, são poucas as opções que não levam produtos de origem animal na composição.
O empresário Leandro Duarte, 27, da Natural Science, investiu mais de R$ 100 mil para criar uma linha de suplementos de proteína de arroz e ervilha (que hoje cresce 40% ao ano) e abandonar qualquer vestígio de seu produto anterior: whey protein, feito à base de leite.
“Produzir outros itens com ingredientes de origem animal seria uma afronta à filosofia vegana”, afirma o empresário.
Isso porque este consumidor não vê com bons olhos o uso de ingredientes animais em qualquer outra mercadoria da empresa. “Por isso, as grandes não conseguem se posicionar nesse mercado e focam em produtos para intolerantes à lactose”.
Para o professor Claudio Gonçalves, da Fecap (Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado), o crescimento da demanda já começa a atrair empresas maiores. A entrada nesse mercado ocorre por aquisição das menores.
“Uma grande empresa compra uma marca que já traz essa identidade do vegetarianismo e do orgânico para o consumidor”, afirma o professor.
Gonçalves diz que o interesse deve continuar nos próximos anos, inclusive com a entrada de fundos de investimento no setor.
“O desafio é agradar vegetarianos e carnívoros, mas há procura e esses produtos não vão ficar encalhados.”
Fonte: Folha