Relatório da consultoria Kantar aponta que o consumidor comprou produtos de limpeza em embalagens maiores e os perecíveis e doces nas versões menores
Por Raquel Brandão
Embalagens maiores de amaciante, água sanitária e alvejante. Nos alimentos perecíveis e nos doces, o caminho é inverso: embalagens menores. Essas foram as estratégia do consumidor para conseguir manter sua lista de compras enquanto os preços subiam, de acordo com relatório Consumer Insights, da consultoria Kantar.
Entre janeiro e setembro de 2021 o preço médio da cesta de consumo massivo cresceu 11,8% em comparação ao mesmo período de 2020. A análise da Kantar mostra que, por conta do aumento dos preços, os consumidores diminuíram frequência de idas aos canais de venda (-2,1%) e também as unidades por viagem realizada (-1,8%), na comparação do período de janeiro a setembro 2021 com o mesmo período de 2020. Por outro lado, houve um aumento no valor comprado menor do que o dos preços, da ordem de 9,7% nesse mesmo intervalo.
Entre as estratégias está a mudança de tamanhos de embalagens e daí há uma escolha para cada categoria. A cesta de limpeza cresceu 2% em toneladas e se manteve estável (-1%) em unidades. A racionalização está no preço médio. Para embalagens grandes o preço aumentou 6%, mas em unidades menores aumentou 9% em 12 meses encerrados em setembro. Ou seja, como o preço cresceu menos para as embalagens maiores, essa foi a escolha do consumidor, o que explica o aumento da cesta de limpeza em toneladas.
Já nas prateleiras de perecíveis e mercearia a opção foi pelas embalagens menores, cujo desembolso é menor. O preço a categoria de perecíveis cresceu 19% tanto para as embalagens maiores quanto as menores. Assim, a cesta de perecíveis caiu 2% em toneladas e cresceu 2% em unidades. Já no caso da cesta de mercearia doce, o consumo de embalagens grandes caiu 4% por conta de um repasse de preço de 14%, enquanto as embalagens menores tiveram aumento de preço de 9%.
Mas, apesar do aumento dos preços, o consumidor optou mais pela indulgência. Cestas de commodities, mercearia salgada e higiene e beleza tiveram desempenhos negativos, tanto em toneladas quanto unidades.