Impulsionado pela melhora nos três subitens, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), chegou a 93,5 pontos em setembro. Na série com o ajuste sazonal, houve um crescimento de 1,5% em relação a agosto e de 14,8% na comparação com o mesmo período do ano passado. Todos os componentes que fazem parte do índice apresentaram alta, em ambas as bases de comparação. O resultado, porém, ainda permanece abaixo da zona de indiferença, de 100 pontos.
“Ainda não é possível afirmar que a recuperação do comércio ocorrerá em breve. O ritmo da queda nas vendas vem diminuindo, mas ainda não indica um aquecimento do varejo. As condições do mercado de trabalho e o crédito caro ainda são um entrave para a retomada do consumo e consequentemente das vendas”, pondera a economista da CNC Izis Ferreira.
Atualidade X Expectativas
Com uma expressiva variação anual em relação à percepção da economia (+70,2%), o componente que mede as Condições Atuais alcançou 53,2 pontos. O resultado mostra uma elevação de 25,4% em relação a setembro de 2015 e de 6,3% em relação ao mês anterior. Na passagem mensal, a percepção dos varejistas melhorou em relação à economia (+11,6%), ao setor (+5,1%) e à empresa (+4,6%). Contudo, para 85,6% dos varejistas, a economia piorou em setembro.
O único componente do Icec acima da zona de indiferença é o que mede as Expectativas, que chegou a 144 pontos em setembro. O avanço do IEEC se deu em todos os itens, tanto na comparação mensal quanto na anual. Melhoraram em setembro as expectativas de curto prazo relativas ao desempenho da economia (+1,3%), do setor (+1,2%) e à própria empresa (+0,6%).
Na comparação com setembro de 2015, destacou-se a avaliação do futuro da economia, que registrou elevação de 32,7%. Para 76,4%, a economia vai melhorar nos meses à frente.
Investimentos
Já o componente que mede as condições de Investimento registrou 83,4 pontos, influenciado pelo aumento na intenção de contratar funcionários (+0,6%), aumentar os investimentos na própria empresa (+0,8%) e uma ligeira melhora na avaliação do nível dos estoques (+0,1%). O resultado positivo deste mês – com aumento de 0,5% ante agosto e 3,9% ante o mesmo período do ano passado – já captura as intenções de contratação de funcionários temporários para as festas de fim de ano.
Na comparação anual, no entanto, evidencia-se uma retração nas intenções de investir na empresa (-1,2%) e nos estoques (-3,7%), o que reflete a evolução negativa do setor este ano.
Para 71,7% dos empresários consultados, as intenções de investir no capital social das empresas são menores. Do total de varejistas, 30,9% acreditam que os estoques estão acima do adequado.
A CNC revisou de -5,4% para -5,2% a sua estimativa de vendas, em 2016, para o varejo restrito. Já para o varejo ampliado, que inclui os setores de automóveis e materiais de construção, a revisão foi de -9,8% para -9,4%.