Maior segurança e público cativo são as principais vantagens de operar lojas dentro de condomínios residenciais. É o que afirma Raimundo Santana, proprietário da rede Irmãos Unidos, com sete supermercados e uma loja de conveniência no interior paulista. Há quase dois anos, Santana abriu a primeira unidade no condomínio onde mora, na cidade de Caieiras. A ideia deu certo. Até o final deste mês, a segunda filial será inaugurada no mesmo residencial. A expectativa é de que, em um ano, as duas respondam por mais de 9% do faturamento anual da rede, que hoje é de R$ 45 milhões.
Segundo Santana, o investimento na loja do condomínio se justificou pela dificuldade que os cerca de 1.350 moradores – a maioria idosos – tinham para se deslocar até o supermercado mais próximo. “Ou seja, havia demanda por uma loja mais perto”, explica. A empresa conversou com os condôminos para ter certeza de que a loja seria bem-aceita. Só depois disso, alugou o prédio de 140 m², localizado na área comercial do condomínio, onde não havia nenhum mercado.
Como a área era pequena, Santana e sua equipe decidiram focar a compra de conveniência. Dos cerca de 2 mil skus, a maioria pertence às seções de hortifrúti e padaria. Mas também há itens de mercearia, limpeza e de higiene e beleza. Como o público é de classe média alta, é possível trabalhar com margens brutas maiores: 35%, contra 26% das lojas de rua. “Cobramos pela conveniência que oferecemos”, esclarece Santana. Além disso, o fato de a loja ser pequena permite operar com despesas menores, o que também ajuda na lucratividade. A unidade conta com apenas seis colaboradores. O faturamento mensal é de R$ 160 mil ao mês – 167% acima da receita alcançada após a inauguração, que era de R$ 60 mil mensais.
Já a unidade que será aberta em outubro deverá gerar vendas de R$ 200 mil ao mês. A área de vendas será maior, permitindo trabalhar com sortimento mais amplo. “Vamos comercializar, por exemplo, carnes, que foi um pedido do cliente”, conta. Santana explica que o residencial é grande e que, além dos moradores, também serão atendidos prestadores de serviços e outros comerciantes que atuam na área.
Para o futuro, Santana pretende operar com apenas uma unidade mais ampla no condomínio. “O formato será de supermercado e já compramos terreno”, adianta. O empresário também quer expandir a atuação da rede a outros condomínios da região. “Já estamos negociando com dois”, conclui.