Renato Rique compara faturamento do grupo em 2019 com os resultados do Mercado Livre e destaca que é necessário criar uma forma para que o físico e o digital evitem competição
Por Adriana Mattos
O comando da Aliansce Sonae disse nesta sexta-feira (24), no evento anual do setor Exposhopping, em São Paulo, que há um aumento da competição “não normal” e diferente daquele que o mercado estava acostumado, afirmou Renato Rique, sócio e membro do conselho de administração da companhia. Ele mencionou essa questão no âmbito do acordo de fusão da empresa com a BR Malls, aprovado pelos conselhos dos grupos semanas atrás.
“Entendemos que teríamos ganhos de eficiência e economia e vejo que isso hoje está mais forte que nunca, porque nosso concorrente que poderia ser um shopping do outro lado da rua, hoje está na nuvem. Vira e mexe aparecem concorrentes, alguns com diferenciais competitivos não normais, com evasão de tributos, e precisamos estar preparados para isso. Nós, empreendedores e operadores, precisamos usar o conhecimento que temos para a transformação físico e digital. Esse é o grande desafio do momento”, disse.
Segundo ele, a fusão BR Malls e Aliansce ocorre entre negócios parecidos e o acordo foi aprovado pelos conselhos das empresas, mas ainda há questões formais, como no Cade [órgão antitruste local] e as empresas seguem paralelas.
“Mas é interessante ver os números, com quase 70 shoppings [somando aqueles em sociedade e os administrados, sem fatia no negócio] com vendas em 2019 de R$ 38 bilhões. E ao comparar com Mercado Livre, a empresa somou vendas [de lojistas] R$ 48 bilhões em 2019.”
Hoje, valores anuais estimados são de que o Mercado Livre deverá vender mais de R$ 80 bilhões no país.
“O que precisamos é criar numa jornada digital sem fricção de maneira que os canais [digital e físico] não sejam concorrentes, mas estejam unidos.”
Fonte: Valor Econômico