Imagine que você viu uma reportagem na TV sobre ciclismo e decidiu vai começar a praticar o esporte. Busca na internet pelas melhores marcas de bicicletas, dicas de profissionais e decide comprar numa loja online. No momento da compra, a loja ainda te oferece um capacete, roupas e tudo mais para você iniciar suas atividades. Mas, espera… Como eles sabem que eu sou um iniciante?
Fácil. Pela busca que você fez antes de visitar a loja e pelas suas postagens nas redes sociais. A computação cognitiva, que dá às máquinas a capacidade de compreender e aprender ao longo do tempo, pode trazer uma experiência cada vez mais personalizada para o varejo. Não no futuro, mas agora mesmo.
A IBM é uma das empresas líderes neste campo de estudos e tem o Watson, sua plataforma de tecnologia que utiliza processamento de linguagem natural e aprendizagem de máquina, como garoto-propaganda dessas novidades. Essa foi a máquina que venceu os maiores campeões de Jeopardy (um programa onde o apresentador dá a resposta e o candidato tem que formular uma pergunta) e que, recentemente, respondeu às dúvidas dos alunos da Universidade da Georgia no lugar dos professores – sem que os estudantes percebessem que estavam falando com uma máquina.
“A computação cognitiva é a evolução do Big Data”, explica a gerente geral de Watson para Comércio e Educação da IBM, Harriet Green. “Podemos registrar cada movimento que os consumidores fazem, analisar esses dados e dar a eles uma experiência única. Cada bit pode ser usado”, afirma. Para a executiva, a sociedade está à beira de uma “Era de Ouro” do varejo, onde qualquer informação pode ser combinada, desde o noticiário, passando pelas redes sociais, até a previsão do tempo.
“Quando a IBM comprou a Weather Company, muita gente se perguntou o que faríamos com uma empresa de meteorologia. Eles fornecem dados de 2,2 bilhões de locais a cada 15 minutos – dados que até então eram subestimados. O tempo tem efeito direto com quando e onde as pessoas compram, seu comportamento e humor. Combine isso com dados das redes sociais e os resultados são fantásticos”, completa Harriet.
Com a personalização em tempo real, a IBM espera que comerciantes sejam capazes de entregar a mensagem certa sobre o que oferecer aos clientes. O sistema Watson entende que as preferências de uma pessoa podem mudar ao longo do tempo, através dos dados que coleta, aprende e sugere a oferta e a mensagem deve ser enviada a cada consumidor.
“Cada cliente é único e tem pouca tolerância para as empresas que não conseguem reconhecer os seus interesses, desejos e necessidades específicas”, acredita Harriet. “As empresas que são capazes de compreender rapidamente esse conceito e aprendem com cada interação com o cliente, podem usar esse conhecimento para descobrir novas oportunidades e insights”, afirma a executiva.
Por exemplo, a plataforma consegue perceber que o estoque de TVs 4K está acabando. Através das suas capacidades cognitivas, ele reorganiza o e-commerce de loja para que esses produtos sejam colocados na parte de baixo do site até que novas remessas sejam recebidas. Outro alerta identifica que console de vídeo game não está vendendo como projetado, descobre que o varejista concorrente baixou seu preço e, automaticamente, reajusta o valor.