A rede de mercados Compre Bem, bandeira do GPA com atuação no interior de São Paulo, está colocando no ar uma operação de vendas pela internet. Os testes começaram há duas semanas com três cidades (Guaratinguetá, Taubaté e Caçapava) e ontem foram ampliados para Sorocaba. O objetivo é que a opção esteja disponível nas 21 cidades onde o Compre Bem atua, atendendo também cidades vizinhas, o que aumenta sua capacidade de atuação.
Atualmente, a bandeira criada há dois anos tem 28 lojas físicas. No balanço do primeiro trimestre, o GPA reportou um crescimento de 42% nas vendas do Compre Bem.
Segundo Sérgio Leite, diretor-executivo do Compre Bem, o plano inicial era lançar a operação on-line apenas em 2021. Mas com a pandemia e o impulso no comércio eletrônico, o projeto foi antecipado e ficou pronto em 60 dias. “O sistema de gestão que usamos no Compre Bem já tinha a opção de comércio eletrônico integrada. Só precisávamos fazer as customizações para o modelo de negócios da empresa, definir as questões operacionais e de logística”, diz o executivo.
Segundo levantamento da Compre&Confie, as compras de alimentos e bebidas pela internet tiveram um incremento de 188% em volume entre 24 de fevereiro e 3 de maio, na comparação com o mesmo período do ano passado, por conta das medidas de isolamento. Foi a segunda categoria de produtos com mais alta, atrás apenas de instrumentos musicais (197%). Em termos de receita, o aumento foi o maior: 143,7%.
De acordo com Leite, mesmo com o índice de isolamento no interior do Estado em nível inferior ao da capital, há uma mudança de comportamento e um aumento na demanda por serviços e compras on-line, com as pessoas buscando evitar aglomerações.
As compras feitas pelo site do Compre Bem serão entregues a partir das lojas da rede com as opções de envio para um endereço na área de cobertura e retirada na unidade mais próxima. Nos dois casos, o prazo de entrega é de 24 horas. Nos testes feitos em Guaratinguetá, Taubaté e Caçapava, Leite diz que o tíquete médio das compras foi três vezes maior que o registrado nas lojas físicas, com as pessoas fazendo compras de maior volume.
Leite não abre o valor que o Compre Bem está investindo em sua operação digital. Os recursos fazem parte do plano de investimento total do GPA, que gira em torno de R$ 1,6 bilhão a R$ 1,8 bilhão em 2020. “No on-line são maiores as possibilidades de se antecipar, para o curto prazo, as estratégias que existiam de longo prazo”, completou Peter Estermann, presidente do grupo, durante teleconferência de resultado do primeiro trimestre, na semana passada.
Montado com a conversão de lojas da bandeira Extra, o Compre Bem tinha planos de iniciar uma expansão com lojas novas em 2020, segundo Leite. Diante da pandemia, esse passo está em fase de revisão e ainda não há definição do caminho a seguir.
Fonte: Valor Econômico