O consumo por dispositivos móveis cresceu mais de 35% em 2017 e tem feito as companhias reverem suas estratégias de canais. E elas têm bons motivos para isso. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mais de 92% do acesso à rede já são feitos por meio de dispositivos móveis – uma grande oportunidade para quem quer vender mais.
Apesar do número de pessoas conectadas pelo smartphone ser alto, nem todas elas compram de fato pelo dispositivo móvel. Chamados de m-consumidores, ou consumidores mobile, esses brasileiros enxergam nesses dispositivos uma ferramenta de consumo.
Para entender melhor o comportamento desses m-consumidores, o PayPal junto com a Opinion Box realizou pela primeira vez pesquisa que mostra o comportamento desse m-consumidor. Foram entrevistados 1.020 consumidores em todo o País e 30% deles afirmaram ter feito compras nos sete dias que antecederam a realização da pesquisa.
“O m-consumidor não tem um perfil diferente do consumidor geral”, explica Felipe Schepers, diretor de Operações do Opinion Box. “Não podemos falar que apenas jovens e com renda alta têm esse perfil. A penetração dos m-consumidores é proporcional à penetração do acesso à internet”, afirma.
Fluxo
Um dos pontos abordados na pesquisa é o fluxo de transações realizadas pelos m-consumidores. Nem sempre eles iniciam e finalizam uma compra apenas pelo smartphone. A pesquisa mostra que apesar do crescimento da participação dos dispositivos móveis no consumo, o desktop ainda é fundamental nesse processo.
Do total de pesquisados, 30% afirmaram iniciar uma compra no celular e terminá-la no computador. E 20% disseram iniciar a compra no computador e terminar no dispositivo móvel.
Esse processo também ocorre durante a pesquisa de produtos: 41% têm o hábito de pesquisar itens para comprar pelo smartphone ou tablet e fazer a compra pelo computador, ao passo que 30% fazem o caminho inverto – pesquisam no desktop e compram pelo mobile.
“Uma vez que experimentado essa compra mobile, o consumidor começa a criar confiança e começa a criar maturidade com essa forma de compra. Apesar do número de acessos maior no móvel, você tem mais pessoas fazendo o caminho de fazer algo no móvel e finalizar no computador. E mais pessoas que fazem a pesquisa no celular para fazer a compra no computador. O consumidor se adapta”, afirma Schepers.
Compras por impulso?
Outro ponto fundamental analisado pela pesquisa é o comportamento do m-consumidor em relação à comunicação que ele recebe das marcas. Em uma pergunta direta, esses consumidores se dizem que as compras feitas nos dispositivos móveis são planejadas. Esse percentual varia de 69% a 86%, de acordo com a categoria analisada.
Contudo, a pesquisa também abordou a necessidade da compra para determinar se de fato havia impulsividade e resposta imediata às ações das marcas. E os dados mostram que, dependendo da categoria, o m-consumidor compra ao receber uma promoção, oferta ou notificação – esse porcentual varia de 14% a 30%, dependendo da categoria.
Fonte: Novarejo