Patrocinador oficial dos jogos olímpicos, o McDonald’s montou uma imensa operação para servir lanches aos mais de 10 mil atletas e cerca de 25 mil visitantes todos os dias. Para isso, começou o processo de seleção de 250 funcionários há quase um ano.
A companhia terá três estruturas para as Olimpíadas e Paraolimpíadas: um restaurante para atletas, um quiosque de sobremesas para visitantes e um McCafé para a emissora americana NBC.
O restaurante oficial, com 500m², ficará na vila dos atletas. Nesse ano a empresa deu um salto: ao invés de montar a estrutura na praça de alimentação que só os atletas têm acesso, decidiu ficar na área internacional.
Assim, além de 10 mil competidores, os Big Macs também estarão disponíveis para seus familiares, técnicos, autoridades e imprensa, além dos funcionários e trabalhadores do local.
“Antes, o restaurante estava no meio de outras opções de alimentação. Agora, isolado, se tornará destino dos esportistas e mudará o movimento das visitas”, afirmou David Grinberg, diretor de Comunicação da Arcos Dourados, operadora do McDonald’s na América Latina, e responsável pelo programa olímpico.
O local é ligeiramente diferente dos espaços tradicionais. O menu é reduzido para ser mais eficiente e o café da manhã será servido o dia todo.
Não ficaram de fora, no entanto, os McNuggets, petisco preferido do corredor Usain Bolt, e o Big Mac, adorado pelo nadador Michael Phelps.
Outro espaço é o quiosque de sobremesas, localizado no parque olímpico e acessível para qualquer pessoa com ingressos para os jogos.
Mas não é um quiosque simples: ele ocupa o primeiro lugar no pódio como maior quiosque de sobremesas da empresa do mundo.
Com uma área de 200m², a loja terá 5 linhas de caixa e 57 funcionários. Como comparação, um quiosque comum tem de 8m² a 12m² e no máximo 3 pessoas.
O menu também é reduzido a quatro opções: casquinha, Sundae, McFlurry e água. Os preços serão os mesmos dos praticados nos restaurantes do Rio de Janeiro.
A expectativa é atender cerca de 25.000 pessoas por dia. Um dos maiores McDonald’s do mundo, em Itaquera, São Paulo, atende cerca de 6.000 clientes todos os dias.
“A máquina irá produzir sobremesas a todo instante. Não vai dar nem tempo de o sorvete derreter, porque sabemos que terá demanda”, diz Grindberg.
Seleção e treinamento
No restaurante da vila olímpica trabalharão 91 funcionários, vindos de São Paulo, e no quiosque de sobremesas serão 57, todos do Rio de Janeiro.
No entanto, mais de 250 pessoas foram treinadas para a operação e estarão prontas para o revezamento, caso aconteça algo com a equipe oficial.
A maratona de seleção começou em agosto do ano passado. Inicialmente, a companhia identificou os requisitos para uma operação desse porte, como eficiência, tempo de casa e disponibilidade.
Inglês básico também é um requisito, mas os conhecimentos da língua não precisam ser tão profundos, já que os nomes dos lanches já são internacionais.
Foram escolhidos apenas funcionários de São Paulo e do Rio de Janeiro. Como essas cidades têm um número maior de restaurantes, os funcionários não fariam tanta falta e a ginástica para realocar a equipe é menor.
Eles foram avaliados pelos seus gestores e passaram por diversos testes comportamentais. O McDonald’s quis ter certeza de que eles aguentariam a prova de resistência de trabalhar por quase um mês longe de casa, morando em um hotel com colegas.
A cada duas semanas, o departamento de Recursos Humanos une a equipe para passar informações e tirar dúvidas sobre como será o evento, a acomodação e a equipe. “Vamos passar as regras do jogo e deixar todos motivados”, afirmou o diretor.
“Os jogos nos trouxeram o benefício de conhecer quem são as melhores pessoas da nossa equipe”, diz Grindberg, além de ser um treinamento intensivo para qualquer situação.
Também será uma oportunidade para a companhia testar novos conceitos, como café da manhã durante todo o dia e atendimento em duas etapas, do pedido e da retirada do lanche.
Quando acabarem os jogos, o McDonald’s espera que os funcionários espalhem a motivação para sua equipe.
“Eles trabalharão num ritmo alucinante, mas terão a oportunidade de participar dos jogos olímpicos, de encontrar seus ídolos e de se hospedarem em hotéis 5 estrelas de frente para o mar”, afirmou o diretor.