O segundo dia do NRF 2018: Retail’s Big Show destacou, em Nova York, como preparar as empresas para a transformação digital, que é essencial para que o varejo acompanhe as mudanças de comportamento dos consumidores. O tema entrou na pauta logo na primeira palestra do dia, quando Beth Comstock, VP da General Electric, destacou que a transformação deve se tornar uma constante para as empresas. “A volatilidade é o novo normal e as empresas precisam aprender a lidar com ambientes em contínua mudança”, afirma. Para ela, para isso é preciso testar muita coisa ao mesmo tempo, ser aberto às parcerias e contar com equipes com diferentes perspectivas, orientados por projeto e não por hierarquia, para descobrir novas tendências e criar um ciclo constante de aprendizado / teste / mensuração.
E como motivar as equipes a abraçar as mudanças? “É preciso trabalho duro, porque ninguém gosta de mudança. Transformações colocam muita pressão sobre as pessoas e, por isso, é importante aliviar essa carga fazendo projetos curtos e incrementais, que levem a empresa a avançar rapidamente”, comenta.
O caso do Walmart foi analisado em outro painel do dia. Lori Flees, VP senior da empresa e responsável pela Store no. 8 (o lab de inovação da varejista), mostrou como é possível fazer parte de uma empresa com 2,3 milhões de pessoas e ainda assim manter o espírito de startup. “Tudo começa pelo topo”, afirma Lori. “Somente com o apoio irrestrito da presidência da empresa é possível fazer acontecer. Com foco e visão clara sobre o futuro, estamos avançando”, afirma. Ainda assim, é preciso superar grandes desafios. “Precisamos aprender a atuar de forma colaborativa, sabendo manter dentro de casa aquilo que é essencial e buscando ajuda de todo o mercado para acelerar o desenvolvimento de novas ideias”. Esse é um caminho inevitável: “ou você é disruptivo, ou é ‘disruptado’ e acaba sendo superado por outro competidor mais rápido”, completa.
Um exemplo do impacto dessa transformação nos resultados do varejo é a Panera Bread. A rede de alimentação implementou um sistema de pedidos mobile que hoje responde por 10% das vendas mas, mais importante, aumentou a frequência de compra dos clientes em 30%. Como cerca de 75% dos usuários do sistema são membros do programa de fidelidade da marca, a empresa vem construindo uma rica base de dados que permite entender melhor os clientes. “Abordamos uma abordagem holística, com foco no cliente e buscando soluções para melhorar sua experiência de compra”, afirma Blaine Hurst, CEO da empresa. “O investimento se pagou somente com o crescimento das vendas gerado pelos pedidos mobile”, conclui.
Fonte: Redação