Avanço foi de 1,2% na comparação com o mês anterior. Apesar da alta em fevereiro, no ano, o varejo acumula perdas de 10,1%.
As vendas do comércio varejista brasileiro registraram alta de 1,2% em fevereiro na comparação com o mês anterior, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Para o mês, essa é a maior taxa desde 2010, quando chegou a 2,7%. Considerando todos os meses, o avanço é o mais intenso desde julho de 2013. Naquele período, o crescimento havia sido de 3%.
Apesar da alta em fevereiro, no ano, o varejo acumula perdas de 7,6% e nos últimos 12 meses, de 5,3%.
“O resultado não está concentrado em uma atividade. Quatro atividades mantém um resultado positivo. Móveis, hipermercados e combustível foram os que mais impactaram o resultado do mês. Lembrando que vinha de perda intensa do passado e no mês de fevereiro reverte esse resultado, mas não compensa a perda do passado. Portanto, embora tenham contribuído, não mudam a trajetória descendente”, analisou Isabella Nunes, gerente de serviços e comércio do IBGE
Ao contrário do que vinha sendo observado nos últimos meses, em fevereiro cresceram as vendas de móveis e eletrodomésticos (5%) e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,8%).
Também aumentaram as vendas o ramo de combustíveis e lubrificantes (0,6%), além de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (0,3%).
Na contramão, venderem menos os segmentos de tecidos, vestuário e calçados (-2,8%); livros, jornais, revistas e papelaria (-2,4); equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-1,3%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,1%).
“Portanto, embora tenham contribuído, não mudam a trajetória descendente. É um resultado importante e positivo, mas ainda não muda no curto prazo o movimento do comércio varejista. Atenua, mas ainda é insuficiente para reverter alguma coisa”, concluiu.
No caso do varejo ampliado, que considera as vendas de automóveis e de material de construção, o crescimento de 1,8% foi puxado por veículos e motos, partes e peças (3,8%) e material de construção (3,3%).
Isabela Nunes ressaltou que fevereiro de 2016 teve um dia útil a mais do que em 2015, por ser um ano bissexto, o que impacta positivamente o resultado do comércio no mês. No entanto, de acordo com ela, o varejo está 9,8% abaixo do ponto mais alto, que ocorreu em novembro de 2014.
Um ano atrás
Frente a fevereiro do ano passado, o comércio registrou queda de 4,2% – a 11ª taxa negativa consecutiva nessa base de comparação – sob influência das vendas mais fracas de móveis e eletrodomésticos (-10,9%) e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-1,4%). O único aumento partiu de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, cujas vendas cresceram 6,2%.
“Ou seja, o resultado de fevereiro contra fevereiro do ano passado é o pior resultado de fevereiro [da série histórica, iniciada em 2002] quando você isola todos os fevereiros porque tem conjuntura que avançou negativamente: mercado de trabalho está mais negativo, inflação está mais elevada, você tem queda da massa real de salários”.
Por região
De janeiro para fevereiro, o volume de vendas do comércio varejista cresceu em 17 das 27 unidades da federação, com destaque para Tocantins (3,3%), Paraná (3,2%), Espírito Santo (2,8%), Minas Gerais (2,5%), Rio de Janeiro (2,2%), Amazonas (2,1%), Amapá (1,4%) e São Paulo (1,4%).
Na contramão, caíram as vendas do comércio de Sergipe (-3,7%), Mato Grosso (-1,8%) e Rio Grande do Norte (-1,7%).